O vice-presidente do Partido Progressista (PP) no Acre, Lívio Veras, afirmou nesta terça-feira (15) ao portal ac24horas que a legenda não tomará nenhuma medida punitiva contra o ex-presidente do PP Jovem, Hélio do Nascimento Bezerra Júnior, preso na semana passada durante uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de capitais. Segundo Veras, o partido aguarda o desfecho das investigações antes de adotar qualquer decisão.
“Temos tratado isso de uma forma cautelosa, vamos aguardar o desenrolar dos fatos. Ele é filiado ao partido, até que a gente tenha ciência real do que de fato está acontecendo. Depois, se houver algo efetivamente comprovado contra a pessoa dele, aí sim vamos tomar as medidas cabíveis partidariamente”, declarou.
A investigação teve início após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) identificar movimentações bancárias atípicas nas contas de Hélio e de sua esposa, Nycole de Sousa Formiga.
Segundo documentos obtidos pelo jornal a24horas, juntos, o casal movimentou R$ 4.505.234,00 em um período de poucos meses — R$ 2.245.753,00 por Nycole entre 20 de setembro de 2023 e 5 de março de 2024, e R$ 2.259.481,00 por Hélio entre 1º de julho de 2023 e 6 de junho de 2024.
Todas as transferências realizadas por Nycole tiveram como destino pessoas com histórico de envolvimento com o tráfico de drogas na região de fronteira entre Inãpari (Peru) e Assis Brasil (Acre). Hélio, por sua vez, aparece como o principal beneficiário das transferências feitas pela esposa, totalizando R$ 402.334,27 no período analisado. Além disso, ele realizou uma transferência de R$ 13.700,00 para Devid de Lima Martins, investigado por envolvimento reiterado com o tráfico.
A Polícia Federal destaca que não foram apresentadas justificativas econômicas para as movimentações. A ausência de explicações também foi mencionada pelo juiz federal Jair Araújo Facundes, responsável pelo caso.
“Acresça-se que a defesa de Helio não apresentou qualquer justificativa para as volumosas movimentações financeiras citadas no pedido ministerial, limitando-se a argumentar que o Parquet estaria promovendo uma indevida antecipação de alegações finais, buscando criar um cenário de gravidade incompatível com a realidade dos fatos apurados no flagrante. Ocorre que o flagrante delito foi, justamente, consequência da investigação cujas movimentações financeiras atípicas foram identificadas, onde expedido o mandado de busca e apreensão. Seria relevante à defesa, portanto, assim querendo, esclarecer a origem dessas transações”, destacou.
Atualmente, Hélio do Nascimento Bezerra Júnior está detido na sede da superintendência da Polícia Federal no Acre. Já Nycole de Sousa Formiga responde ao processo em liberdade.