O estado do Acre continua sendo um dos sete estados que mais desperdiçam água potável, antes mesmo que o líquido precioso chegue às residências dos moradores. Dados do Instituto Trata Brasil publicados em 2025 mostram que as perdas de água é um dos grandes desafios do Brasil na área de infraestrutura de saneamento. Atualmente, mais de 32 milhões de brasileiros não têm acesso ao recurso hídrico, enquanto um volume equivalente a 7,6 mil piscinas olímpicas de água tratada é desperdiçado diariamente, de acordo com um estudo do Instituto Trata Brasil.
A capital do Acre, Rio Branco, ocupa a quarta posição no ranking das cidades com o pior saneamento básico entre os 100 municípios mais populosos do Brasil. A falta de acesso a água tratada favorece a disseminação de doenças como diarreia, hepatite A, dengue, malária, leptospirose e conjuntivite. No Acre, crianças e idosos são os mais afetados e em 2024, o estado registrou 1.406 internações por doenças associadas ao saneamento inadequado.
As perdas de água ocorrem no processo de abastecimento devido a vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), através da Portaria 490/2021, estabelece que o nível aceitável de perdas na distribuição deve ser de, no máximo, 25%. Porém, a média nacional é de 37,8%, indicando que uma parte significativa do recurso é perdida nos sistemas de distribuição antes de chegar às residências.