A região da Amazônia Sul-Ocidental, que abrange os estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, além de partes da Bolívia e do Peru, está entre as áreas mais atingidas por mega secas no mundo, conforme estudo publicado na revista científica Science. A análise, que examinou mais de 13 mil eventos de seca entre os anos de 1970 e 2018, classificou a mega seca que afetou a região entre 2010 e 2018 como a sétima mais severa do planeta.
Esse fenômeno, definido pela falta de chuvas persistente por pelo menos dois anos, tornou-se cada vez mais frequente nas últimas quatro décadas. O relatório mais recente da Organização Meteorológica Mundial (OMM) destaca a intensificação desses eventos extremos, relacionando-os às mudanças climáticas, ao desmatamento e a fatores naturais, como o fenômeno El Niño.
No Acre e em outras áreas da Amazônia Sul-Ocidental, os impactos da seca têm sido devastadores. Quase 60% do território brasileiro foi afetado com a mega seca de 2024, considerada a mais intensa já registrada no país. Na Amazônia, o recorde de seca foi registrado em 2023 e agravado no ano seguinte, com um aumento de 2.000% na extensão da área submetida à seca extrema.
Além da Amazônia Sul-Ocidental, o estudo também destaca a região leste do Brasil — que inclui os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo — como palco da nona mega seca mais severa globalmente, ocorrida entre os anos de 2014 e 2017.