Doze microprodutores de café da região do Juruá receberam kits para a construção de terreiros suspensos para a secagem de café em suas propriedades. A ação é fruto de uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Instituto Amazônia +21, no qual a Agência é filiada. A entrega aconteceu neste sábado, 29, em Mâncio Lima.
A iniciativa é uma extensão do projeto Café Amazônia Sustentável, que tem como objetivo implementar um modelo cooperativista socioeconômico sustentável de beneficiamento de café, proveniente de culturas familiares da região do Vale do Juruá, no Acre, com a construção do Complexo Industrial do Café.
Os produtores contemplados possuem até sete hectares de plantio de café e, devido à pequena produção e em função da logística e do custo de transporte, terão dificuldade de se deslocarem até o Complexo Industrial do Café, em Mâncio Lima.
“O produtor que não tem condições de trazer seu café até o complexo vai poder secá-lo agora na sua propriedade. Isso é pensar no pequeno produtor, e é o que a ABDI e o Instituto Amazônia estão fazendo. Estamos construindo um Brasil melhor, uma Amazônia sustentável e garantindo o dinheiro no bolso do produtor”, afirmou a diretor de Economia Sustentável e Industrialização, Perpétua Almeida.
Os secadores suspensos utilizam a energia solar para secar os cafés, o que agrega qualidade e valor ao produto final, incentivando os produtores da região a melhorarem ainda mais o seu cultivo.
“Sem dúvida esses terreiros farão a diferença na vida desses produtores, gerando mais renda e dignidade para todos, além de preservar e conservar a floresta”, acrescentou o diretor de Comunicação e Relações Institucionais do Instituto Amazônia+21, Guilherme Gonzales.
O presidente da Cooperativa de Produtores de Café dos municípios do Vale do Juruá (Coopercafé), Jonas Lima, destacou a importância do apoio do Instituto Amazônia+21 e da ABDI para a produção sustentável do café na região.
“Isso aqui é uma prova de que é possível produzir café com sustentabilidade, e temos orientado nossos produtores dessa forma. O nosso café vai ser um café que vai contar a história em qualquer parte do mundo, não só no Brasil, porque a ABDI está dando oportunidade para todos nós”, afirmou.
Seleção dos produtores
A escolha dos produtores foi feita com a Coopercafé. Entre os requisitos obrigatórios para a seleção, está a participação dos agricultores em treinamentos, cursos de capacitação técnica em manejo de café, estar adimplente com a cooperativa e participar das reuniões. Ao todo, 40 produtores participaram do processo seletivo, 19 se classificaram para a segunda fase.
“Estamos aqui para apoiar os produtores na construção de um futuro melhor, dando infraestrutura e equipamentos para ganharmos concursos de qualidade e tornar o Acre reconhecidamente um estado produtor de cafés especiais”, afirmou o analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Eduardo Tosta.
O produtor de café Orlenilson Souza foi um dos selecionados para receber o kit de construção do terreiro suspenso.
“Agora vai ficar bem mais fácil pra fazer a seca do café porque eu secava em lona, secador improvisado e é muito mais difícil. Eu só tenho a agradecer a ABDI porque vai melhorar muito a vida do produtor e a nossa produção”, contou.
Café Amazônia Sustentável
O projeto Café Amazônia Sustentável, iniciativa da ABDI, tem como objetivo implementar um modelo cooperativista socioeconômico sustentável de beneficiamento de café, proveniente de culturas familiares da região do Vale do Juruá, no Acre – o Complexo Industrial do Café.
Estima-se que o projeto atinja, até o fim de 2025, mais de 120 famílias e 1.500 pessoas. Atualmente, existem 1,5 milhão de pés de cafés plantados na região pelos produtores cooperados, sendo que mais da metade dessas plantações é de pequenos e médios produtores.
A previsão é de que, na safra de 2025, sejam produzidas 20 mil sacas de café oriundas do projeto. Um faturamento estimado em R$ 40 milhões.
Entre os principais benefícios estão o aumento da produtividade e da qualidade do café, aumento de renda direta e indireta dos agricultores familiares da região, incremento de toda cadeia produtiva do café, aumento do número de produtores de café e de áreas cultivadas, redução de gargalos produtivos da cadeia, transformação regional, melhoria da qualidade de vida dos agricultores e da região de forma geral.