O policial penal Everton Martins da Silva, de 47 anos, foi condenado a 30 anos de prisão em regime inicial fechado por estuprar uma criança de 5 anos da família. O acusado era padrasto da mãe da vítima e considerado um avô pela menina.
A Justiça determinou ainda que o servidor deve pagar uma indenização de R$ 40 mil para a vítima e a perder o cargo público.
A informação foi divulgada pelo Ministério Público Estadual (MP-AC) nesta quinta-feira (9). A decisão é da 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco e cabe recurso.
Essa é a primeira condenação de Everton da Silva de três acusações de abusar sexualmente de crianças da mesma família em Rio Branco.
Ele está preso desde abril do ano passado. O Instituto de Administração Penitenciária (Iapen-AC) confirmou que há um procedimento administrativo na corregedoria apurando a conduta do servidor.
Em novembro do ano passado, ele foi ouvido em uma audiência de instrução e julgamento na Segunda Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco.
Oito testemunhas de acusação e de defesa, além do réu, foram ouvidos. O processo corre em segredo de Justiça devido ao envolvimento de menores. O g1 não conseguiu contato com a defesa do acusado.
Vítimas
Outras duas mulheres da mesma família das vítimas também alegam terem sido violentadas por ele quando crianças. Uma delas, que também atuou como testemunha, conversou com a equipe da Rede Amazônica e relatou o que havia acontecido com ela e a irmã, com seis e sete anos na época.
Segundo a vítima, naquela ocasião ele estava deitado na cama dentro do quarto, quando a chamou. Apesar de ter sido abusada, ela não contou para ninguém até os 29 anos, quando decidiu alertar à mãe sobre a ação do acusado. A irmã também teria sido violentada pelo policial penal.
“Eu me recordo muito bem que eu cheguei muito assustada [no quarto]. fiquei deitada, encolhida, só que depois a minha irmã também relatou que, na mesma faixa de idade, por volta dos sete anos, [ele] também iniciou os abusos com ela. Diferentemente de mim, que foi apenas uma vez, [com ela] teve recorrência e mais gravidade”, contou.
O intuito de alertar à mãe tinha uma razão específica: o sobrinho. Ela tinha medo de que o menino, que visitava frequentemente a casa do homem, fosse mais uma das vítimas dele. A criança foi orientada por ela, mas dias depois, o que temia aconteceu. O menino chegou até à mãe e falou o que o policial penal tinha feito.