O estado do Acre registrou perdas significativas em 2024 devido ao impacto das apostas esportivas e cassinos online, conhecidos como Bets, conforme revela o estudo divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O levantamento avaliou dois cenários. No mais conservador, de R$ 24 bilhões apostados, o Acre deixou de faturar R$ 49,58 milhões. Essa perda resultou em um impacto negativo de R$ 32,39 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) do estado e R$ 2,14 milhões em arrecadação de impostos.
No cenário de R$ 240 bilhões apostados, as perdas são ainda mais expressivas. O faturamento do setor no estado poderia ter alcançado R$ 805,12 milhões, o PIB teria crescido R$ 536,26 milhões, e a arrecadação de impostos seria de R$ 27,01 milhões.
Esses dados refletem o impacto direto do redirecionamento de recursos das famílias acreanas para as apostas, diminuindo o potencial de consumo no comércio local e comprometendo o desempenho econômico regional.
Cenário nacional
A pesquisa revelou também que está é tendência nacional, e o impacto das apostas não se restringe ao Acre, mas afeta de forma expressiva a economia brasileira como um todo.
Em nível nacional, o redirecionamento de recursos calculado em perdas de lucros no varejo que variam de R$ 103 bilhões a R$ 344,7 bilhões em 2024, dependendo do cenário analisado.
O impacto sobre o PIB nacional também foi significativo, com perdas estimadas entre R$ 19,5 bilhões e R$ 219,5 bilhões, enquanto a arrecadação de impostos sofreu uma retração de até R$ 14,5 bilhões no cenário mais grave.
Desde 2014, o varejo brasileiro vem enfrentando dificuldades devido aos problemas macroeconômicos e, mais recentemente, aos efeitos da pandemia de Covid-19 em 2020.
Agora, as apostas online surgem como um novo fator de perturbação, contribuindo para a desaceleração do consumo das famílias e para o enfraquecimento do setor.
O estudo, destaca que os recursos utilizados nas apostas poderiam ter sido destinados ao consumo de bens e serviços, seguindo o padrão de demanda das famílias, ou alocados no comércio nacional, reduzindo os impactos negativos no faturamento, no PIB e na arrecadação tributária.
Fonte: AC24horas.