O Acre registrou, em 2024, um aumento significativo no desmatamento, com 464 km² de floresta derrubada, o que representa uma alta de 39% em relação ao ano anterior. Este crescimento coloca o estado em uma situação preocupante, uma vez que, enquanto o desmatamento na Amazônia como um todo apresentou uma redução de 7%, o Acre teve um dos maiores aumentos. A situação se agrava quando se observa a degradação florestal, que subiu 318%, passando de 44 km² para 184 km², um dos maiores aumentos entre os estados da região.
Em 2023, o Acre apresentava 333 km² de desmatamento; em toda a floresta amazônica, no entanto, este é o segundo ano consecutivo com queda no desmatamento, após uma sequência de cinco anos com recorde negativos. De janeiro a dezembro, foram derrubados 3.739 km², 7% a menos do que no mesmo período de 2023, quando a devastação atingiu 4.030 km².
No Acre, o município de Feijó se destacou negativamente, sendo o terceiro mais desmatado da Amazônia, com 111 km² de floresta derrubada, um aumento de 44% em relação a 2023. Além disso, a alta nos índices de degradação e queimadas coloca o Acre em uma posição de vulnerabilidade ambiental, ao lado de estados como Pará, que lideram essas estatísticas alarmantes.
O Pará foi o estado que campeão no ranking em 2924, com 1.260 km² devastados. Essa área foi 3% maior do que a derrubada em 2023 em solo paraense, de 1.228 km². Também foi no Pará, no território originário Cachoeira Seca, localizado nos municípios de Altamira, Placas e Uruará, perdeu 14 km² de floresta em 2024, o que equivale a 1,4 mil campos de futebol. Essa área foi 56% maior do que a derrubada em 2023 na terra indígena, de 9 km².
Por Anne Nascimento, da Gazeta do Acre.