O Ministério da Saúde divulgou um boletim epidemiológico que aponta o crescimento contínuo dos casos de sífilis no estado do Acre.
Em 2023, foram registrados 1.654 casos da infecção no estado, além de 546 gestantes diagnosticadas e 82 casos de sífilis congênita. Três bebês morreram devido à doença. Esses números destacam a necessidade urgente de ações mais eficazes no controle da infecção.
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) exclusiva do ser humano e curável, mas pode se manifestar em diferentes estágios: primário, secundário, latente e terciário. Nos estágios primário e secundário, a transmissão ocorre com maior facilidade, tanto por contato sexual sem proteção quanto pela transmissão vertical (da mãe para filho).
De acordo com o boletim, a crescente disseminação da doença no Acre pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a falta de conscientização sobre a infecção, dificuldades no diagnóstico precoce, e o estigma relacionado às ISTs, que muitas vezes impedem as pessoas de procurarem assistência médica.
Além disso, a ausência de acesso adequado aos serviços de saúde também contribui para o aumento dos casos. Sendo assim, a prevenção da sífilis se dá, principalmente, pelo uso correto e constante de preservativos, seja masculino ou feminino.
Nos estágios iniciais da sífilis, como a primária e a secundária, os sinais podem ser sutis, o que dificulta a identificação precoce. No estágio primário, a pessoa pode apresentar uma ferida indolor, sem secreção, que desaparece espontaneamente, mas pode transmitir a infecção.
No estágio secundário, podem surgir manchas no corpo, acompanhadas de febre e mal-estar, mas que desaparecem também sem tratamento, dando uma falsa impressão de cura.
Se não tratada adequadamente, a sífilis pode evoluir para formas mais graves, como a sífilis terciária, que pode ocorrer entre 1 e 40 anos após a infecção inicial. Nesse estágio, as complicações podem ser graves, afetando a pele, os ossos, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso, e até levar à morte.
Assim, o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2024 reafirma o compromisso do Ministério da Saúde em combater a doença e eliminar a transmissão vertical. O acompanhamento contínuo e a disseminação de informações baseadas em evidências são fundamentais para melhorar a eficácia das ações de saúde pública.
O diagnóstico da sífilis é feito principalmente por meio de testes rápidos, disponíveis nos serviços de saúde do SUS. Quando o teste rápido apresenta resultado positivo, um exame laboratorial de confirmação é necessário. Para gestantes, o diagnóstico precoce é crucial para evitar a transmissão para o bebê, sendo o tratamento com penicilina benzatina a medida mais eficaz.
Nesses casos, a parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante. Além da administração de penicilina benzatina, o início do tratamento até 30 dias antes do parto, o esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis e o respeito ao intervalo recomendado das doses são critérios de tratamento adequado à gestantes.