Na última quarta-feira, 20, a morte presidente do ex-deputado federal e presidente do MDB no Acre, Flaviano Melo gerou repercussão em torno de quem seria o sucessor do cargo.
Antes mesmo de o corpo do político chegar ao Acre, o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, já iniciava articulações para assumir a presidência do diretório estadual. Essa movimentação, feita sem a consulta à executiva estadual ou ao diretório regional, desencadeou acusações de atitudes autoritárias e uma forte reação entre os membros do partido.
“Vagner só pensa na família e no bolso dele. Ele quer usar o partido para negociar a candidatura da Jessica Sales a vice-governadora. Não é sobre política partidária, é sobre política familiar”, afirmou um integrante do MDB.
Neste momento, o debate refere-se à inelegibilidade de Vagner, visto que ele foi condenado por improbidade administrativa e teve seus direitos políticos suspensos, o que o impede, conforme o estatuto do MDB, de assumir qualquer posição de liderança enquanto durar a suspensão.
“O filiado que tiver os direitos políticos suspensos com fundamento nos incisos III, IV e V do artigo 15 da Constituição da República […] ficará impedido de integrar diretório, comissão executiva, comissão de ética ou qualquer outro órgão ou posição de direção partidária enquanto perdurarem os efeitos da suspensão”, diz o Artigo 13 do estatuto do MDB.
Além destas acusações, o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul responde a outros 18 processos na Justiça do Acre, ampliando a pressão contra sua tentativa de assumir a presidência do partido.
Mesmo diante da situação, Sales busca consolidar sua liderança no partido, não reconhecendo a restrição imposta. De acordo com fontes internas, seu objetivo seria utilizar a presidência do MDB para beneficiar politicamente sua família, com destaque para a candidatura de sua filha, Jéssica Sales, como vice-governadora na possível chapa de Alan Rick ao governo do estado.
Assim, o impasse tem colocado em risco a estabilidade do MDB no Acre e pode ser solucionado na Justiça. Enquanto isso, a disputa pela presidência do partido continua evidenciando divisões internas e colocando em dúvida a credibilidade e o futuro do partido no Acre.