Na noite desta quarta-feira (27), a Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio da Delegacia Geral de Tarauacá, foi acionada para atender uma invasão de criminosos nas terras indígenas localizadas no Rio Gregório. O chamado, feito por lideranças indígenas, relata a presença de homens armados cometendo crimes contra as comunidades locais, incluindo abusos sexuais, homicídio contra mulheres e crianças e agressões físicas.
O Cacique Gecê Yawanawa, em um áudio enviado ao delegado José Ronério Silva, descreveu a situação alarmante. “Aqui sou eu, Gecê Yawanawa, do Rio Gregório. Quero acionar aqui que apareceram uns homens armados, que estão matando mulher e criança. E tá muito perigoso pra lá. Estão abusando das mulheres. Ninguém sabe de onde é que são. É urgente, delegado, é urgente. Estão todos desesperados, é urgente”.
Além deste chamado, o Cacique Iskikua, da Aldeia Nova Esperança, publicou um vídeo em suas redes sociais reforçando o pedido de socorro. “Aqui quem vos fala é o cacique da Aldeia Nova Esperança do Rio Gregório. Neste momento, estou na capital, em Rio Branco, e, nesse exato momento, tem dentro da terra indígena do Rio Gregório criminosos que acabou de invadir uma aldeia, a aldeia dos parentes Camanawa. É do, que é conhecido como pajé caminhão. Eu peço encarecidamente, já avisei as autoridades, avisei a polícia de Tarauacá, mas estou usando a minha rede social pra que isso alcance mais gente.”
De acordo com relatos, os criminosos estão cometendo crimes e abusos contra a comunidade, como: violência sexual contra mulheres, agressões contra crianças e mantendo os homens das aldeias como reféns.
Mediante a gravidade da situação, o delegado José Ronério Silva acionou as demais forças de segurança, incluindo a Polícia Federal e a Polícia Militar, para a formação de uma força-tarefa, que se deslocou até o local.
Ainda, o cacique Iskikua expressou sua preocupação com o risco de confronto com os criminosos. “Estou me expondo aqui. Mas eu estou falando como pai, como liderança também porque estou preocupado. Não sei qual o motivo, o porquê, a gente está indignado com isso e preocupado. Pode acontecer um confronto. E é isso que a gente não quer. A gente é o povo da paz. A gente é o povo da cura. A gente é o povo da alegria. Mas quando é preciso defender nossos filhos e a honra das mulheres, a gente vai fazer o que for possível. Então pra que não aconteça coisa pior, a gente pede que as autoridades se desloquem e ajudem os parentes. A polícia precisa ir lá agora ajudar nossos parentes.”
Os agentes da polícia já estão na região, neste momento eles estão realizando as devidas diligências para conter os atos de violência, resguardar e proteger as vítimas, além de garantir a segurança das comunidades.
Através dessas ações, a Polícia Civil do Acre reiterou seu compromisso com a segurança pública e com a defesa dos direitos dos povos indígenas. “Todos os esforços serão feitos para apurar os fatos, responsabilizar os culpados e garantir a proteção das comunidades tradicionais do Rio Gregório”, afirmou o delegado José Ronério Silva.
Redação Juruá24horas