Política

PF: Plano para matar Lula foi impresso no Planalto, onde Bolsonaro estava

O plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes foi impresso no Palácio do Planalto, durante o governo de Jair Bolsonaro, segundo a Polícia Federal.

O que aconteceu

O plano denominado “Punhal verde amarelo” foi impresso pelo general Mário Fernandes. Segundo a Polícia Federal, o documento foi impresso no Palácio do Planalto, dias após a derrota de Jair Bolsonaro para Lula nas eleições de 2022.

A PF diz que o então presidente Jair Bolsonaro estava no Palácio do Planalto. “No mesmo período, verificou-se também a presença concomitante, na região do Palácio do Planalto, de Mauro Cid e Rafael de Oliveira”.

Moraes derrubou sigilo do documento. As informações constam na decisão tornada pública pelo ministro do STF Alexandre de Moraes nesta terça-feira (19).

Em relação à participação de Mario Fernandes, a PF encontrou outros dois documentos. O primeiro deles diz respeito a uma minuta de instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” e outro documento com “fundo em cor amarela e com menos nomes”. “Também em relação a este documento foram observadas circunstâncias que, segundo a Polícia Federal, sugerem a possível impressão do documento em 16 de dezembro de 2022, no Palácio do Planalto”, escreveu Moraes na decisão.

Outro lado: a reportagem enviou mensagem para o advogado Fábio Wajngarten, assessor do ex-presidente Bolsonaro, e aguarda um posicionamento.

“Fica evidenciado que no dia 06/12/2022, no horário em que o Secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, general Mario Fernandes, imprimiu o documento “Plj.docx” (18hs09min), possivelmente relacionado ao planejamento operacional da ação clandestina para prender/executar o ministro Alexandre de Moraes e assassinar o presidente e vice-presidente eleitos Lula e Geraldo Alckmin, o então presidente da República Jair Bolsonaro também estava no Palácio do Planalto. No mesmo período, verificou-se também a presença concomitante, na região do palácio do Planalto, de Mauro Cid e Rafael de Oliveira.”Trecho da investigação da PF, em decisão assinada por Moraes

Militares foram presos hoje

A Polícia Federal prendeu preventivamente na manhã de hoje (19) quatro militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, e um policial federal suspeitos de envolvimento num plano de golpe contra o resultado das eleições de 2022 que incluía a execução de Lula, Alckmin e Moraes, que era alvo de monitoramento à época.

Os militares presos são Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Também é alvo Wladimir Matos Soares, policial federal.

O alvo de mais alta patente é o general da reserva Mario Fernandes. Ele foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro e chegou a ocupar interinamente o comando da pasta, além de ter atuado no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) de março de 2023 a março de 2024.

Essas novas provas foram obtidas a partir da análise do material apreendido com militares alvo de operação em fevereiro deste ano, para apurar o caso do plano de golpe.

Outro lado: a reportagem entrou em contato com as defesas de Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes e Rafael Martins de Oliveira e aguarda um posicionamento. As defesas de Rodrigo Bezerra de Azevedo e Wladimir Matos Soares não foram encontradas, e o espaço está aberto para manifestação.