Pep Guardiola continua em Manchester. Apesar de rumores sobre uma possível saída do treinador espanhol no final da temporada, ele renovou com o City até 2027, e disse que não sai nem mesmo se o time cair de divisão. O clube inglês enfrenta uma batalha judicial com a Premier League por supostas violações financeiras do Manchester City, e a equipe pode ser rebaixada caso seja considerada culpada no “julgamento do século”.
O novo contrato de Pep Guardiola não conta com uma cláusula de rescisão de contrato por rebaixamento. Caso a cláusula existisse, o treinador poderia sair de graça se o City caísse de divisão. Um gigante rico como o time de Manchester cair é algo longe dos pensamentos de qualquer um, mas o rebaixamento pode chegar através dos tribunais.
Manchester City e Premier League estão em lados opostos no “julgamento do século”. A equipe é acusada de violações financeiras entre 2009 e 2018. Se o City for derrotado, a punição pode ser de perda de títulos até o rebaixamento da competição. Pep, porém, não pensa em sair.
– Eu disse isso há seis meses. Você tem minhas entrevistas. Eu disse que quando todos os clubes nos acusaram de fazer algo errado e as pessoas disseram: “o que acontece se formos rebaixados?”. Eu estarei aqui – disse Guardiola.
– Não sei a posição que eles vão nos dar, a Liga Conferência? Ano que vem vamos subir e subir e voltar para a Premier League. Eu sabia disso naquela época, sinto isso agora.
Quando perguntado se deixaria o City em caso de rebaixamento por uma punição, o treinador disse anteriormente que teria mais chance de ficar com o clube “na League One (terceira divisão) do que se estivesse na Champions League”, e que seu “futuro não depende de estar na Premier League”.
– Você está questionando como se tivéssemos sido punidos. E no momento somos inocentes até que a culpa seja provada. Eu sei que as pessoas querem isso. Eu sei, eu sinto isso. Eu vou esperar. Esperar e ver e depois que a sentença for feita, nós viremos aqui e explicaremos isso – disse Guardiola em 2023.
O início das audiências de uma comissão independente da liga inglesa estava previsto para novembro, mas foi antecipado para setembro. A expectativa é que esse processo, chamado de “julgamento do século” pela imprensa britânica, dure dez semanas e que, passados potencias recursos, a decisão final saia entre março e junho de 2025.
A audiência, que não é um processo judicial, é realizada por uma comissão independente em um local não revelado. Ela é formada por três membros selecionados por Murray Rosen, que preside o painel judicial da Premier League.
As supostas violações financeiras teriam ocorrido entre 2009 e 2018. O Manchester City é acusado de ter violado as regras da liga que exigem “a melhor fé” na hora de declarar informações “que forneçam uma visão verdadeira e justa da posição financeira do clube”. Nesse período, o time conquistou três títulos do Campeonato Inglês, incluindo a quebra de um jejum de 44 anos na liga.
A Premier League anunciou as acusações em fevereiro de 2023, com uma série de regras que o Manchester City teria driblado por temporada. A liga destacou a falta de precisão em informações sobre as receitas do clube (incluindo patrocínio) e os custos operacionais.
A comissão também vai investigar supostas violações no detalhamento sobre pagamento a técnicos do City, entre 2009/10 e 2012/13. Nesse período, o treinador era o italiano Roberto Mancini.
A liga indica que houve possíveis problemas nas informações sobre a remuneração de jogadores nos contratos entre 2010/11 e 2015/16. Além disso, a acusação envolve infrações nas regras de sustentabilidade da Premier League e o regulamento no licenciamento na Uefa.
A Premier League menciona possível quebra das suas regras, desde dezembro de 2018 até hoje, no que diz respeito à cooperação com a própria liga para as investigações.
Se for considerado culpado em algumas ou todas as acusações, o Manchester City poderá perder muitos pontos, rebaixamento ou, até mesmo, uma expulsão da Premier League.
Recentemente, Everton e Nottingham Forest sofreram deduções de pontos na temporada passada por violações únicas das regras de lucro e sustentabilidade.