O ex-presidente Evo Morales anunciou, nesta sexta-feira (1º/11), uma greve de fome até que o atual presidente da Bolívia, Luis Arce, aceite abrir o diálogo em meio a crescente tensão política no país.
Além disso, o líder indígena pediu que apoiadores encerrem os bloqueios em estradas do país em forma de protesto contra a atual administração boliviana, que já duram 19 dias.
Em um comunicado divulgado no X minutos após uma coletiva de imprensa, o ex-presidente da Bolívia afirmou que não busca “derramamento de sangue” no país, pediu a ajuda da comunidade internacional na mediação do diálogo com o governo Arce.
A decisão de Morales em iniciar uma grave de fome acontece horas após apoiadores invadirem um quartel localizado em Villa Tunari, na região de Cochabamba, e manter militares como reféns. O ato teria sido uma resposta a repressão de autoridades contra os bloqueios em estradas bolivianas.
Após o incidente, o presidente Luis Arce classificou a ação como “crime de traição à Pátria”, e afirmou que seu governo continuará realizando “ações destinadas a reestabelecer a ordem pública”.
Os últimos acontecimentos na Bolívia se somam a episódios recentes da disputa entre Evo Morales e Luis Arce, que antes eram aliados.
Arce chegou a ser ministro de Morales quando o ex-presidente liderou a Bolívia. Contudo, desde o último ano desentendimentos internos no Movimento ao Socialismo (MAS) afastaram os dois.
O atual presidente boliviano foi expulso da sigla após não participar de um congresso, realizado em outubro de 2023, que escolheria o candidato presidencial do MAS para as próximas eleições.
Morales, então, foi nomeado como o candidato do partido, mas foi inabilitado de concorrer à Presidência pela Justiça da Bolívia.
Por Metrópoles