O delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza foi nomeado nesta terça-feira (5/11) como o novo Secretário-Geral da Interpol, cargo que ocupará a partir de 7 de novembro de 2024, após o término do mandato do atual secretário-geral, Jürgen Stock, da Alemanha. A nomeação ocorreu durante a Assembleia-Geral da Interpol, realizada em Glasgow, Escócia, e marca um marco histórico, pois Urquiza se torna o primeiro brasileiro a assumir o cargo nos 100 anos de história da organização.
A decisão foi tomada após a aprovação da maioria dos 196 países membros da Interpol, que ratificaram a indicação do Comitê Executivo da organização. A eleição, realizada em junho de 2023, confirmou a liderança de Urquiza na maior organização de polícia internacional, responsável por coordenar esforços contra crimes transnacionais, como terrorismo, tráfico de drogas, crimes cibernéticos, corrupção e tráfico de pessoas.
Natural de São Luís, no Maranhão, Urquiza tem uma trajetória sólida na Polícia Federal, onde atualmente ocupa o cargo de Diretor de Cooperação Internacional. Com 43 anos, o delegado é formado em Direito pela Universidade de Fortaleza e possui pós-graduações em Administração Pública pelo IBMEC e em Direito Ambiental pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Além disso, ele é ex-aluno da Academia Nacional do FBI, em Quantico, Virgínia, Estados Unidos, o que agrega ainda mais prestígio à sua carreira internacional.
Entre 2021 e 2024, Urquiza exerceu o cargo de Vice-Presidente da Interpol para as Américas, um papel importante no fortalecimento da cooperação policial entre os países da região. Sua experiência na organização foi um dos fatores que lhe garantiu a indicação e eleição para o cargo de Secretário-Geral, uma das posições mais estratégicas na luta contra o crime global.
Em sua plataforma, Urquiza tem como objetivos principais a promoção da diversidade e a modernização da Interpol. Ele se compromete a fortalecer a transparência e a integridade da organização, com o intuito de reforçar o papel da Interpol na cooperação policial e na defesa do combate ao crime no cenário internacional. A modernização das ferramentas e processos da organização será uma das suas prioridades, além de garantir um espaço mais inclusivo e representativo no âmbito da segurança global.
Urquiza acredita que a diversificação e a inovação dentro da Interpol são fundamentais para enfrentar os desafios complexos e dinâmicos do crime transnacional. O delegado destaca que o combate ao crime deve ser uma tarefa colaborativa, com um esforço conjunto entre países e organizações internacionais, como a ONU e a ONUODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime).
O Secretário-Geral da Interpol lidera a organização no combate ao crime transnacional, coordenando mais de 19.000 agências de polícia em 196 países membros. As responsabilidades do cargo incluem a coordenação de investigações internacionais, a emissão de alertas e a integração de sistemas de inteligência entre países, visando desmantelar redes criminosas que atuam de forma globalizada.