Pela primeira vez na história da Polícia Militar do Acre (PMAC) uma mulher vai ocupar o cargo de comandante-geral da instituição que tem 108 anos de atuação no Estado. É a coronel Marta Renata, de 44 anos, natural de Rio Branco e ex-professora formada em Letras e Direito pela Universidade Federal do Acre (Ufac) – instituição onde lecionou por 4 anos.
Marta assume o cargo que será deixado no próximo dia 10 de dezembro pelo coronel Luciano Dias Fonseca. A notícia foi dada em primeira mão pelo ContilNet, nesta terça-feira (19).
A indicação da coronel para o posto é do governador Gladson Cameli, que também a colocou como subcomandante-geral da PMAC em julho deste ano.
A nova comandante ingressou na corporação em 2005, depois de anos atuando em sala de aula. Mesmo que nunca tenha sonhado com a carreira militar, diz que escolheu a melhor profissão de sua vida.
Na PMAC, Marta já passou pela diretoria operacional da população e já ocupou os cargos de assessora de comunicação, assessora jurídica, além de coordenadora administrativa e operacional do 3º Batalhão da PM na capital.
O ContilNet procurou a coronel para um bate-papo. Ela contou como recebeu o novo desafio e disse que é uma ‘responsabilidade grande’ ser a primeira mulher a comandar a Polícia Militar do Acre.
Confira na íntegra:
ContilNet: como surgiu o convite para ocupar o cargo e como se sentiu ao ser convidada?
Coronel Marta Renata: “O convite pelo governador surgiu já tem um tempo e desde que assumi o subcomando, em julho, iniciamos o processo de transição com o Cel Luciano. Sinto-me honrada e desafiada ao mesmo tempo, pois sei da responsabilidade histórica que carrego”.
Sendo a primeira mulher a ocupar o cargo na história da PM, como a senhora se sente ao participar desse marco na trajetória da instituição?
Ser a primeira mulher a ocupar o mais alto posto na Polícia Militar do Acre é uma oportunidade de inspirar outras mulheres e de reforçar o compromisso da instituição com a equidade de gênero e com a valorização de todos os seus integrantes. Eu quero aqui reconhecer a ousadia e visão do governador Gladson com minha escolha, pois isso mostra sua capacidade de promover mudanças estruturais, além de abrir espaço para a representatividade feminina em um cargo histórico na nossa instituição.
Quais os desafios que vê pela frente num cargo que nunca foi ocupado por uma mulher?
Não tenho dúvidas que os desafios serão muitos, sobretudo porque a corporação tem uma longa tradição, e toda mudança exige cautela, mas firmeza ao mesmo tempo. No entanto, vejo isso como uma oportunidade de quebrar barreiras, apresentar novas perspectivas e buscar uma gestão mais inclusiva, integrada e alinhada às necessidades da sociedade acreana.
Sua gestão será marcada por quais características e prioridades?
Minha gestão será compartilhada, afinal, não se comanda sozinha. Vamos continuar o trabalho que já vem sendo feito, mas buscarei aproximar um pouco mais a Polícia Militar à população, promovendo segurança e confiança mútua, ao mesmo tempo em que buscarei valorizar e investir no nosso pessoal, garantindo melhores condições de trabalho, bem-estar e reconhecimento. Tudo isso alinhado a uma gestão administrativa eficiente e transparente.
Qual mensagem deixa à população acreana?
À sociedade acreana, deixo meu compromisso, respeito, trabalho e dedicação pela segurança e bem-estar de todos. Quero ouvir as necessidades e trabalhar junto para um estado mais seguro e justo. Penso que, com diálogo e confiança, podemos construir uma comunidade mais segura e empenhada em colaborar na construção de uma cultura de paz e respeito.