A farinha de Cruzeiro do Sul é famosa e a mais desejada por muitos acreanos e até por pessoas de fora do estado. Com vistas ao mercado local, a Unidade Penitenciária Manoel Neri da Silva conta com uma casa de farinha, onde os detentos podem trabalhar e remir suas penas, além de se profissionalizar para o mercado de trabalho. O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) concluiu, na última sexta-feira, 27, a reforma que estava sendo realizada no espaço. Foram investidos R$ 24,7 mil, dinheiro oriundo de penas pecuniárias, por meio de projeto aprovado pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJAC).
O espaço já voltou a funcionar e recebe 20 detentos que produzem, em média, 30 sacas de farinha por semana. O detento J.C., que trabalha há mais de dois anos no local, relata a experiência: “Aqui é uma área em que eu gosto de trabalhar; tenho a minha vida de agricultura, fazia farinha, minha família é uma família de agricultor. Hoje nós temos uma melhoria aqui na casa de farinha, porque tivemos uma reforma e a estrutura é muito boa. A gente está feliz com essa reforma”.
O chefe da Divisão de Estabelecimentos Penais de Cruzeiro do Sul, Elves Barros, explica que a iniciativa é muito importante para a ressocialização dos detentos da unidade: “Ajuda tanto na captação de recursos para a unidade quanto na reintegração desses presos à sociedade, pois vão estar mais rapidamente no ambiente familiar, ocupando a mente e aperfeiçoando o trabalho, para quando saírem”.
Os valores arrecadados com a venda da produção da casa de farinha são utilizados para comprar materiais de trabalho necessários e na manutenção da própria unidade penitenciária.