De acordo com os dados do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), mantido por uma rede de ONGs ambientais, o Acre mostra-se com um dos sete estados da Amazônia e do Centro-Oeste, onde as atividades madeireiras ilegais aumentaram 71% no período de agosto de 2022 a julho de 2023.
Dos 650 imóveis rurais envolvidos na atividade ilegal em todos os estados, um grupo de apenas 20 foi responsável por toda a destruição. Na Amazônia, a exploração de florestas nativas também aumentou 19% em um ano, passando de 106 mil para 126 mil hectares, ou seja, esses números equivalem à derrubada de árvores em 350 campos de futebol todos os dias. Inclusive, a extração ocorre sem autorização dos órgãos ambientais.
Além disso, grupos criminosos também invadiram terras indígenas, nas quais a exploração comercial de madeira não é permitida. Elas responderam por 16% das terras onde foi verificada atividade ilegal.
Segundo a pesquisa, houve uma diminuição de 17% nas áreas em que houve autorização para a atividade comercial. Porém, apenas dois terços da extração realizada em florestas nativas ocorrem de forma legalizada, mas a concorrência dos madeireiros clandestinos tem impacto direto nos negócios legítimos.
No manejo florestal, as licenças para derrubar árvores com a finalidade de vender a madeira são muito restritas. A média fica entre quatro e seis árvores por hectare (o equivalente a um campo de futebol) a cada 30 anos.
Assim, o sistema analisou as atividades madeireiras nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima e concluiu que, na comparação de imagens de satélite com as licenças de exploração concedidas, a exploração ilegal de 71% ocorreu basicamente em terras privadas.