Morador de Fort Myers há três anos, o acreano Jordan Araújo, de 33 anos, já sabia o que esperar quando ouviu, no úlltimo sábado (5), a notícia da aproximação do furacão Milton à Flórida.
“Chegou um alerta por volta de meio dia para toda a Flórida. Como já havíamos tido [uma má] experiência com outros furacões durante esses três anos aqui achamos melhor prevenir”, disse.
Ele, que é natural de Senador Guiomard, a esposa, também brasileira e as filhas de 3 e 1 ano deixaram o apartamento em que viviam e duas vans de trabalho e foram se abrigar em uma casa alugada em Atlanta, capital da Geórgia, onde esperam ficar até que seja possível retornar para casa.
“Eu e minha esposa priorizamos nossas filhas, com a natureza não tem como brincar. Então com crianças era impossível ficar. Só carregamos roupas de uso durante esses dias e os nossos documentos”, relatou.
Dono de uma empresa de construção e limpeza, junto com a esposa, o brasileiro contou que presta serviços para uma seguradora estadunidense e que pouco mais de dois anos após a passagem do furacão Ian pela Flórida ainda trabalha em áreas que foram destruídas pelo fenômeno climático. Situação que ele acredita, deve se repetir agora.
“São momentos angustiantes, não tem oq fazer. Depois do furacão parece cena de guerra. Tem lugares que vai ficar impossível de habitar. O mar invade muitos braços de mar”, lamenta.
A passagem do furacão Milton, que atingiu o solo da Flórida (EUA) na noite de quarta-feira (9), deixou pelo menos 12 mortos, segundo autoridades locais.
De acordo com a NBC News, o chefe da polícia do condado de Volusia, Michael J. Chitwood, confirmou que três pessoas morreram no município.
“Uma pessoa morreu depois que uma árvore caiu”, disse Chitwood, acrescentando que, naquele momento, não sabia como as outras duas tinham morrido.
Outras duas pessoas morreram na cidade de St. Petersburg. Além disso, a queda de uma árvore provocou uma morte no condado de Citrus.
🌪️🌪️🌪️ Antes mesmo de tocar o solo, a aproximação de Milton à Flórida havia causado estragos. Houve diversos relatos de tornados relacionados à tempestade, que destruíram casas e derrubaram árvores.
Um deles atravessou uma comunidade de aposentados em Fort Pierce, no condado de St. Lucie, na costa leste da Flórida e causou pelo menos duas das mortes registradas, de acordo com informações da polícia. Na mesma região, outras quatro pessoas morreram.
Ruas ficaram alagadas e mais de 3 milhões de imóveis ficaram sem energia em todo o estado. O furacão perdeu força ao longo da madrugada enquanto avançava pelo continente. O olho do furacão já seguiu em direção ao Oceano Atlântico na manhã desta quinta.
O fenômeno foi rebaixado para a categoria de ciclone pós-tropical e a previsão do Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês) é que continue enfraquecendo ao longo dos dias.
Quando tocou o solo na Flórida, por volta das 21h30 de quarta-feira (9) (horário de Brasília), Milton era um furacão 3 com ventos de até 205 km/h, segundo o NHC. Às 23h50, as rajadas estavam na casa de 165 km/h. Por volta das 2h, os ventos estavam em 145 km/h e o furacão havia sido rebaixado para a categoria 1.