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Abandonada após parto, acreana tenta encontrar família biológica: ‘curiosa para saber o dia que nasci’

“Fico curiosa para saber o dia que eu nasci”. A dúvida pode parecer estranha, mas é mais um dos mistérios que envolvem as origens da dona de casa Inauana Kamilly, de 32 anos. Com poucos dias ou talvez até mesmo horas de vida, a acreana foi deixada na porta da casa de desconhecidos que acabaram se tornando a única família que ela teve.

Inauana Andrade foi deixada na porta da família adotiva — Foto: Arquivo pessoal

Agora, mais de três décadas depois, a acreana embarcou em uma jornada para tentar encontrar a família biológica e completar esse quebra-cabeça.

“No dia 03 de maio de 1992, eu fui deixada na porta da minha família adotiva no bairro Nova Estação em Rio Branco, próximo a uma escola chamada Maria Chalub Leite, entre 10h e meio-dia mais ou menos”, contou.

Inauana Andrade foi adotada por Maria do Carmo Andrade — Foto: Arquivo pessoal

Origens

A dona de casa diz que por muito tempo não teve curiosidade de saber quem era sua família biológica. “Porque eu sentia que eles preenchiam todo carinho da paternidade e também eu tinha medo de deixar eles tristes se eu fosse atrás”, explicou.

“Eu tinha curiosidade de saber pelo menos o nome da mulher e aí falaram que um tempo atrás a maternidade pegou fogo e perderam todos os arquivos do ano que eu nasci”, contou.

Ela então decidiu esquecer a história e seguir em frente com a vida. Porém, há um ano, Maria do Carmo, a mãe adotiva dela, também morreu e o desejo de saber mais sobre suas origens retornou.

Ela chegou a consultar uma das irmãs mais velhas, Maria Antônia da Silva Andrade, de 57 anos, que lhe deu força.

Família adotiva deu apoio para que ela procurasse parentes biológicos — Foto: Arquivo pessoal

“Foi aí que de fato eu decidir mergulhar de cabeça e ir atrás. Ela reagiu super bem, me lembrou que eu sempre tive o amor deles e que ainda tenho. Foi onde eu senti mais confiança e comecei a fazer as postagens”, relembrou.

A jovem, que hoje vive em São Paulo com o marido e dois filhos, começou a pedir ajuda por informações nas redes sociais. Ela espera, através da internet, encontrar respostas.

“Eu espero encontrar a minha família biológica e enfim saber da minha origem. É muito ruim você não saber de onde vem as características que você herdou. Eu quero muito encontrar sim, pelo menos acaba com esse suspense na minha vida”, afirmou.

Por fim, questionada sobre como reagiria a um encontro com os pais biológicos, ela é enfática. “Estou pronta para ouvir o que aconteceu e os perdoei”, finalizou.

Ianauana vive com a família em São Paulo e procura por parentes biológicos em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Fonte: g1 AC.