Um dias após pagers explosivos mirarem membros do Hezbollah no Líbano, agora foi a vez de rádios walkie-talkies explodirem no país, deixando mais de 450 feridos e quatorze mortos nesta quarta-feira (18/9). Os aparelhos podem ter sido fabricados no Japão.
Até o momento, o grupo xiita ainda não se pronunciou sobre o caso. O Ministério das Telecomunicações do Líbano, no entanto, confirmou que os aparelhos explodidos tratam-se de rádios walkie-talkies modelo ICOM-V82. Ainda não está claro o que causou as novas explosões.
“O Ministério das Telecomunicações condena o ato criminoso cometido hoje por Israel contra os libaneses, explodindo os dispositivos ICOM V-82 em sua posse”, escreveu a pasta em um comunicado, acusando a administração de Benjamin Netanyahu de estar por trás da ação.
O Metrópoles analisou imagens dos dispositivos destruídos, e constatou que os rádios possuem características semelhantes a de aparelhos fabricado pela empresa ICOM, fundada em 1964 no Japão.
Os walkie-talkies ICOM-V82 começaram a ser fabricados em 2004 e já não estão mais disponíveis no catalogo da empresa japonesa.
A marca ainda está registrada nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Rússia, Austrália e Nova Zelândia.
Atualmente, o mesmo modelo de walkie-talkies comercializados pela empresa encontra-se algumas versões à frente do que parte dos aparelhos que explodiram no Líbano. O ICOM-V86 é a versão mais atualizada do rádio, lançada em 2019.
No ataque dessa terça-feira (18/9), o Metrópoles também analisou as imagens dos pagers destruídos e encontrou semelhanças com aparelhos produzidos pela empresa Gold Apollo, registrada em Taiwan.
Durante a ação, doze pessoas foram mortas, entre elas duas crianças e quatros profissionais de saúde segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Mais de 2,8 mil pessoas ficaram feridas.
Após a repercussão do caso, a Gold Apollo veio a público, e afirmou que os aparelhos foram fabricados pela BAC Consulting KFT, com sede na Hungria.