As queimadas no Acre e no norte do país têm um impacto direto e devastador na produção agrícola, elevando os preços de alimentos básicos e afetando a economia local. A devastação causada pelas chamas em áreas de cultivo e pastagens tem reduzido a oferta de itens essenciais como carne, leite e grãos, gerando um efeito cascata que já começa a impactar o consumidor final.
No Acre, a situação é ainda mais crítica. A região, caracterizada por sua vasta extensão de áreas florestais e agrícolas, tem enfrentado incêndios florestais que destroem plantações e dificultam a criação de gado.
Segundo o Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (IPAM), 81% dos focos de incêndio são resultado de ações humanas em áreas agropecuárias. Esses incêndios aumentam os custos de produção e diminuem a oferta de produtos, provocando altas significativas nos preços dos alimentos na mesa dos acreanos.
“As queimadas e a alta dos alimentos: Foco de queimadas em área agropecuária”: o mapa mostra a distribuição dos focos de queimadas em áreas agropecuárias no Brasil até setembro de 2024, com destaque para as regiões mais afetadas. O Acre e outras áreas da Amazônia apresentam uma alta concentração de incêndios, prejudicando a produção de alimentos e aumentando o preço dos produtos no mercado.
Além dos impactos diretos nas plantações e na criação de gado, a fuligem e a fumaça que cobrem grande parte da região contribuem para a degradação do solo e para a piora das condições de plantio. Cerca de 60% do território brasileiro foi coberto por fumaça resultante das queimadas nas florestas da Amazônia, Cerrado e Pantanal.
“As queimadas e a alta dos alimentos: Foco de queimadas em área florestal”: o mapa apresenta os focos de queimadas em áreas florestais brasileiras, revelando que 60% do território nacional foi coberto por fuligem e fumaça, impactando as regiões Norte e Centro-Oeste. O Acre está entre as áreas mais afetadas, com consequências diretas para a produção agrícola e a oferta de alimentos.
De acordo com o IPCA/IBGE, em escala nacional, o preço do leite, um dos produtos mais consumidos, teve um aumento alarmante de 32,1% entre julho e agosto de 2024. Outros alimentos também registraram elevações significativas, como:
Esses aumentos são reflexos diretos da diminuição da oferta de alimentos, decorrente da destruição das pastagens e plantações. A produção de carne bovina também foi severamente impactada, elevando ainda mais o preço desse produto.
A saca de açúcar sofreu quedas significativas na produção, diretamente relacionadas às queimadas nas plantações de cana-de-açúcar
Os impactos das queimadas e da estiagem têm refletido diretamente no aumento dos preços de diversos alimentos essenciais no prato dos brasileiros em 2024.
O arroz, por exemplo, teve uma alta significativa de 30,13%, seguido pelo tomate (19,58%) e a alface (15,51%). Em contrapartida, alguns produtos apresentaram redução de preços, como o feijão, com queda de 17,45%, e o ovo, com diminuição de 8,09%. Já a batata, um dos alimentos mais afetados, disparou com um aumento de 69,90%.
Esses reajustes, acompanhados pelas flutuações em outros produtos, como a linguiça (-1,43%) e as carnes (+2,84%), têm gerado preocupação entre os consumidores, que precisam lidar com a instabilidade nos preços em meio à crise ambiental e seus desdobramentos econômicos.
Diante desse cenário de alta nos preços, é crucial encontrar maneiras de economizar nas compras. Aqui estão algumas dicas práticas:
Essas práticas podem ajudar a contornar os efeitos das elevações nos preços e garantir uma alimentação saudável.
Especialistas consultados pela pesquisa alertaram para a necessidade de políticas públicas mais eficazes no combate às queimadas e no apoio à agropecuária sustentável, especialmente na região Norte. A preservação das florestas e a redução das queimadas são fundamentais para conter o avanço da inflação alimentar e proteger a segurança alimentar da população.
A interseção entre queimadas, estiagem e aumentos de preços evidencia a necessidade urgente de ações para a proteção do meio ambiente e da segurança alimentar. A promoção de práticas agrícolas sustentáveis e a implementação de políticas públicas eficazes são fundamentais para garantir a qualidade de vida da população e a estabilidade econômica do Acre.
Por Contilnet