Após quase um mês, os pais da pequena Vitória, Lubicirio dos Santos e Regiane Santos, reencontraram a soldado da Polícia Militar Raiane Gomes e conseguiram agradecer pelo o que ela fez na madrugada de 12 de agosto. A filha do casal estava engasgada com leite e foi salva pela soldado, que estava em uma blitz.
A bebê tinha 6 dias de vida na época. A militar, que também é enfermeira, mas não exerce a profissão, executou a manobra de Heimlich, uma técnica para desengasgar bebês, crianças e adultos. Os militares estavam em patrulhamento na Rua 24 de Janeiro, bairro Seis de Agosto, próximo à Ponte Metálica, quando avistaram um carro na contramão e um homem saiu correndo em direção aos policiais.
O casal é de Minas Gerais e estava no Acre a trabalho quando Vitória nasceu. Após o salvamento, a policial orientou os pais a levar o recém-nascido à maternidade para que um médico avaliasse a bebê.
Por esse motivo, Raiane não pediu a identificação dos pais. Na última segunda-feira (9), a militar encontrou o casal em um hotel de Rio Branco. O encontro foi acompanhado por uma equipe da Rede Amazônica Acre.
“Um momento de muita alegria e gratidão a Deus com o reencontro com a Raiane, com todos. Agradeço muito a Deus, que Deus abençoe a vida dela, a vida de todos que nos ajudaram, Foi difícil, mas a gente superou”, contou Regiane.
Lubicirio dos Santos contou que acordou na madrugada com a filha tentando chorar, mas não conseguia e só resmungava Ele, então, percebeu que saía leite pela boca e o nariz da bebê e ela estava sufocada.
“Fiquei tão desesperado que fizemos o procedimento errado e eu tentei ligar para a polícia para ver se socorria a gente, mas não estava dando certo. Eu falei: ‘o jeito é entrar no carro e sair doido nessa cidade, sei que vou achar polícia na rua, que ambulância eu não vou achar mesmo'”, relembrou.
Os pais saíram pelas as ruas de Rio Branco pedindo socorro e encontraram a equipe do policiamento de trânsito. A PM conta que houve um contratempo que atrasou a saída da equipe do local e, para ela, o destino os manteve naquele ponto para salvar uma vida.
“Já era pra gente ter saído um pouquinho antes da operação. Então, acho que tudo vem a destino de Deus mesmo, era pra gente estar naquele lugar, era pra eles encontrar a gente e isso tudo acontecer para hoje ela estar aqui contando a história”, disse a militar.
De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 94% dos casos de asfixia por engasgo ocorrem em crianças menores de sete anos.
Para bebês de até um ano, a orientação é que sejam dadas cinco batidas com a mão na região das costas, com a criança com a cabeça virada para baixo, seguidas de cinco compressões na frente, até que o corpo estranho seja expelido ou a criança volte a responder e reagir. Veja no vídeo abaixo.
Para crianças maiores e adultos, o ideal é a aplicação da manobra de Heimlich, segundo o Ministério, que consiste em compressões abaixo das costelas, com sentido para cima, abraçando a criança por trás até que o corpo estranho seja deslocado da via aérea para a boca e expelido.
“A manobra de Heimlich é uma técnica de primeiros socorros que pode ser feita por qualquer pessoa treinada, independentemente de ser ou não um profissional de saúde. Pais e cuidadores devem ter conhecimento para executá-la corretamente”, destaca a pasta.