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quinta-feira, setembro 19, 2024

No Acre, treinamento prático intensivo para combate à febre aftosa prepara médicos veterinários de todo o Brasil

Por Fabiana Matos.

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A febre aftosa é uma das doenças mais devastadoras para a pecuária, exigindo um preparo rigoroso e uma resposta eficiente para ser controlada e erradicada. Pensando nisso, o governo do Estado do Acre, por meio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), em parceria o Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) e com o Centro PanAmericano de Febre Aftosa (Panaftosa), está realizando em Cruzeiro do Sul, um extenso treinamento aplicado para atualizar e capacitar 124 profissionais que incluem veterinários, técnicos e profissionais de saúde animal nas melhores práticas e protocolos para enfrentar surtos de febre aftosa.

Segundo Diego Viali, coordenador da área de Febre Aftosa do Panaftosa, treinamentos que simulam a ocorrência da febre aftosa, como o que está acontecendo no Acre, traz avanços positivos para todos que estão presentes. “Esse simulado consegue treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do Serviço Veterinário Oficial num momento de crise”.

Para colocar em prática o conjunto de ações técnicas previstas, segue-se um roteiro descrito num Plano de Contingência Nacional. Durante o treinamento, os agentes estão realizando investigações, fazendo buscas por animais doentes nas propriedades, colhendo amostras e montando barreiras sanitárias para conter a saída de animais infectados até a completa eliminação do foco imaginário e reestabelecimento da condição sanitária.

Essa capacitação cobre uma variedade de tópicos essenciais em caso de um foco da doença, por isso é importante a presença das equipes de segurança. Foto: Diego Silva/Secom

“Sou de Brasília e entendo que o Brasil todo tem que estar preparado para combater essa doença vesicular. Foram dias de treinamentos intensos, principalmente nessa reta final, no qual estou fixada em barreiras de fiscalização, parando e desinfectando carros e motos, simulando e realizando as técnicas que precisam ser adotadas”, relata Lorena Soares, médica veterinária Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural de Brasília/DF.

Para um treinamento muito próximo de uma situação real, as barreiras sanitárias contam com a presença também das equipes de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Departamento de Trânsito (Detran) e de seguranças (Grupo Especial de Fronteira, Polícia Militar, Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária Federal) nas principais vias para fiscalização de trânsito da região.

“Esse treinamento mostra o comprometimento do estado do Acre com a saúde animal. Unindo veterinários do Brasil em uma só missão, ou seja, capacitando com um só propósito, pois a vigilância sempre tem que estar mais ativa e pronta para detectar qualquer tipo de sintomas da doença”, disse Danilo Mazzo do Sacramento, auditor fiscal estadual agropecuário do Idaf e coordenador do Programa Estadual de Sanidade dos Suínos e das Aves.

É necessário fortalecer os conceitos a respeito da epidemiologia, vigilância e ocorrência da febre aftosa, bem como sobre os procedimentos a serem aplicados em cada uma das fases de investigação de uma suspeita da doença. Foto: Diego Silva/Secom

Ações não menos importantes, também previstas no Plano de Contingência estão sendo realizadas. Dentre elas, o atendimento a campo, a logística de envio de amostras para análise laboratorial, além do treinamento de como deve ser a atuação dos serviços de comunicação e assessoria de imprensa em situação de atendimento a emergência sanitária.

Essa capacitação é essencial para que o Brasil continue sendo zona livre da doença. Foto: Diego Silva/Secom

Na investigação dos casos suspeitos, as equipes técnicas estão visitando propriedades rurais da região, obedecendo a todos os procedimentos de biossegurança, que segundo Katherine Fragoso, médica veterinária do Mapa/PA,  visam evitar que o serviço veterinário oficial possa carrear o vírus da febre aftosa para outros animais susceptíveis. “ É necessário ter todo cuidado na saída de propriedade com caso provável ou foco de febre aftosa, visto que o homem pode transportar o vírus nos sapatos, roupas, veículos, equipamentos”.

Conforme Anselmo Rivetti, instrutor do Laboratório do LFDA/MG, assim que as equipes chegam do campo, logo se direcionam ao setor de Preparo das Amostras para fazer a entrega do material. “Essas amostras são recebidas em uma caixa de isopor e são devidamente acondicionadas, embaladas e enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) para análise”.

O material após congelamento é acondicionado em embalagem combinada de envio de material biológico, e junto com a documentação necessária é encaminhada para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais. Foto: Diego Silva

A realização deste treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico de Febre Aftosa (PNEFA), visando a manutenção do Status de Área Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma segura e imediata na defesa de um rebanho livre de febra aftosa.

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