Um ataque aéreo israelense contra uma escola que abrigava pessoas deslocadas na Cidade de Gaza matou pelo menos dez palestinos neste sábado (3), horas depois de dois ataques na Cisjordânia ocupada terem matado nove militantes, incluindo um comandante local do Hamas, disse o grupo militante palestino.
O Exército israelense disse que o primeiro ataque aéreo atingiu um veículo em uma cidade próxima a Tulkarm, com foco em uma célula de militantes que, segundo eles, estava a caminho de realizar um outro ataque. Um órgão de imprensa do Hamas disse que um veículo levando combatentes foi atingido e um dos mortos era um comandante da brigada de Tulkarm.
Grupos da Jihad islâmica palestina reivindicaram os outros quatro homens como seus militantes.
Horas depois, um segundo ataque atingiu outro grupo de militantes armados que atiraram contra tropas israelenses, afirmou o Exército de Israel, durante o que descreveu como uma operação de contraterrorismo em Tulkarm.
A agência de notícias palestina WAFA informou que quatro pessoas morreram naquele ataque, e o Hamas disse que todos os nove mortos nos dois ataques israelenses na Cisjordânia eram combatentes.
A violência na Cisjordânia estava crescendo antes mesmo da guerra Israel-Hamas em Gaza e segue aumentando desde então, com frequente incursões israelenses nesses territórios, que estão entre aqueles que os palestinos buscam como parte de um Estado.
Houve também um aumento em ataques de rua contra israelenses por palestinos.
Na Faixa de Gaza, pelo menos dez pessoas foram mortas em um ataque israelense a uma escola que abrigava pessoas deslocadas no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza, disse o escritório de mídia governamental administrado pelo Hamas.
Os militares israelenses informaram que a escola estava sendo usada como centro de comando do Hamas, para esconder militantes e fabricar armas. O Hamas negou as acusações israelenses de que opera a partir de instalações civis, como escolas e hospitais.
Mais cedo sábado, ataques aéreos de Israel mataram seis pessoas em uma casa no sul de Rafah e dois outros na Cidade de Gaza, mais ao norte, segundo autoridades de saúde de Gaza.
O Exército israelense disse ainda que as suas incursões atacaram militantes e destruíram a infraestrutura do Hamas em Rafah e em outras regiões no enclave.
Ao menos 39.550 palestinos foram mortos na campanha militar israelense em Gaza. A ofensiva foi iniciada pelo ataque do Hamas no sul de Israel no dia 7 de outubro do ano passado que matou 1.200 pessoas e fez 250 reféns, segundo estatísticas de Israel.
Uma delegação israelense deve chegar em Cairo ao longo do fim de semana para discutir uma possível liberação de reféns e um acordo de cessar-fogo em Gaza.
(Reportagem adicional de Maayan Lubell e Emily Rose, em Jerusalém)