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quinta-feira, novembro 28, 2024

Fauna e flora amazônicas em um verdadeiro tesouro natural no Acre

Por Redação O Juruá em Tempo.

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O Parque Estadual Chandless é uma área de proteção integral criada pelo Decreto n° 10.670, de 2 de setembro de 2004. Possui 695.303 hectares, é formada por 76 pessoas de 20 famílias, que vivem dentro da área da unidade. Faz parte do chamado corredor verde do Oeste amazônico, na fronteira com o Peru, na região do Alto Purus, nas bacias dos rios Purus e Chandless, no Acre.

Em expedição realizada no período de 12 a 18 de junho de 2024, como parte das comemorações dos 20 anos do Parque Chandless, eu, Marcos Vicentti, repórter fotográfico apaixonado pela Amazônia, visitei pela segunda vez essa comunidade. Em um encontro com o passado, após 18 anos da primeira expedição, pude retornar e revisitar as famílias e esse local de natureza quase que intocada ainda.

O poder da fotografia: durante a primeira expedição realizei o registro da vida na comunidade, seus desafios e rotina diária, fauna e flora local, imagens que seguem na minha bagagem e que retratam a história do meu Acre.

Entrega da foto à dona Antônia, que se emociona ao ver a mãe já falecida. Foto: Alexandre Noronha/Sema

Antes de retornar ao Chandless, revisitei meus arquivos e resolvi levar em mãos os registros antigos realizados. O fotógrafo é um guardião de memórias, e foi assim que eu me senti quando entreguei aquelas fotografias e pude proporcionar para algumas pessoas um olhar sobre suas vidas e a emoção de relembrar afetos que já se foram, como o caso da dona Antônia, que se emocionou quando viu a foto de sua mãe já falecida; ou como a  jovem Franciele, que tinha meses de vida quando foi fotografada no colo de sua mãe; e seu Mizael, que num primeiro momento não se reconheceu na foto, e ficou olhando por longos minutos até que percebeu que, sim, realmente era ele naquela imagem. A fotografia resgatou histórias do passado dessas famílias.

Franciele tinha meses de vida quando foi fotografada no colo de sua mãe. Foto: Alexandre Noronha/Sema.

O contexto amazônico traz a peculiaridade do acesso fluvial. Para chegar ao nosso destino foram necessárias horas de barco, observando e registrando momentos raros como o voo das araras vermelhas colorindo o céu, ou a imponência do gavião real, maior ave de rapina encontrada no Brasil, fotografado pela primeira vez no Parque Estadual Chandless.  Esse lugar, onde homem e natureza convivem em harmonia, é a segunda maior Unidade de Conservação do estado do Acre, englobando os municípios de Manoel Urbano, Santa Rosa e Sena Madureira, e o segundo maior parque da região Norte.

Mizael, que num primeiro momento não se reconheceu na foto Foto: Marcos Vicentti/Secom.

Durante a expedição pude compartilhar da companhia de André Dib, fotógrafo de natureza; Ricardo Plácido, que é biólogo incentivador da fotografia de aves e vida silvestre; e Alexandre Cruz Noronha, repórter fotográfico.

Marcos Vicentti é repórter fotográfico da Secretaria de Estado de Comunicação

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