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Entre o luto, há quem celebre a morte do presidente iraniano. Porquê?

Apesar das manifestações de pesar proferidas por vários líderes mundiais, a morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, suscitou celebrações entre alguns cidadãos iranianos. Mas porquê?

Conhecido como ‘carniceiro de Teerã’, Raisi deixa um legado controverso. Em 1988, o chefe de Estado ajudou a supervisionar as execuções em massa de milhares de presos políticos, quando era procurador-geral adjunto do país.

De fato, durante uma palestra, em maio de 2018, Raisi considerou que este período foi “uma das maiores conquistas do sistema”, segundo um relatório da Anistia Internacional.

Além disso, um ano após assumir a presidência do Irã, Raisi ordenou que as autoridades reforçassem a aplicação das leis relativas ao uso do hijab, em 2022. Foi nesta conjuntura que Mahsa Amini foi morta sob custódia policial, supostamente pelo uso indevido do hijab, tendo levado a manifestações em massa por todo o país e pelo mundo.

Nessa linha, as filhas de Minoo Majidi, uma mulher de 62 anos morta durante os protestos de setembro de 2022, brindaram à morte de Raisi, tal como comprova um vídeo publicado na rede social X (Twitter).

A população lançou também fogos de artifício, ainda que as imagens não tenham sido verificadas de forma independente.

Vale salientar que o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, nomeou o vice-presidente Mohammad Mokhber como chefe de Estado interino e decretou cinco dias de luto pela morte de Ebrahim Raisi.

O acidente vitimou também o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Hossein Amir-Abdollahian, além de outras sete pessoas, na área de Kalibar, quando a comitiva regressava da área de fronteira com o Azerbaijão, onde Raisi inaugurou uma barragem na presença do homólogo azeri, Ilham Aliyev.

Está programada uma grande cerimónia pública nesta segunda-feira, em Tabriz, de acordo com a CNN, que cita meios iranianos.

Já pelas 9h00 de terça-feira (02h30 em Brasília), uma procissão acompanhará os corpos das vítimas desde a Praça dos Mártires de Tabriz até ao aeroporto da cidade, antes de seguirem para Mashhad, onde Raisi nasceu.

Mais de dois mil socorristas e trabalhadores humanitários participaram na operação de busca e resgate do helicóptero acidentado, tendo recuperado os restos mortais das nove vítimas esta manhã de segunda-feira, de acordo com o Crescente Vermelho.