Segundo Mendes, a jovem encontrou o delegado por volta das 21h40 e o cumprimentou com um beijo. Logo em seguida saiu para outra área acompanhada de Fares.
Outro vídeo enviado pela defesa mostra Luís se dirigindo a outro bloco do condomínio e logo depois aparecem Palu, com uma bolsa preta, e o delegado a acompanhando. É possível ver que o delegado tenta correr atrás de Luís, mas é impedido pela jovem. Para a defesa, o delegado tentou sacar a arma e atirar em Luís, que estava de costas.
Sobre o suposto revólver que Luís teria usado, o advogado afirma que o cliente não tem arma. E os machucados apresentados pela jovem seriam consequências dela tentar separar o ex-marido e o delegado na briga.
“Nunca agrediu a Palu e nem qualquer outra pessoa que manteve relacionamentos. E isso é provado no decorrer do processo. Quanto as lesões sofridas por ela, foram derivadas da tentativa de separar a briga entre o Luís e o delegado, destaca o advogado.
Veja a íntegra do comunicado do delegado
Sobre o caso ocorrido envolvendo as vítimas (Sra. Palu e este policial), em razão do caso estar sobre sigilo, não é possível a explicação pormenorizada do evento ocorrido na data dos fatos.
Inobstante isso, afirmo que toda a situação se iniciou na tentativa de auxiliar a Srta. Palu em um momento em que a mesma estava somente com a roupa do corpo e se sentindo ameaçada pelas constantes ligações da pessoa que, segundo ela, era seu ex-marido e apresentava um comportamento agressivo. Apesar disso, a vítima (Palu) se propunha a buscar as vestimentas sozinha, o que representava um risco à incolumidade dela.
Desta forma, chegando no apartamento de Palu e em respeito à propriedade em que haviam residido Palu e o agressor, decidi aguardar do lado de fora do apartamento em que se buscava as roupas, pensando também em não chatear o morador (ex-marido de Palu) a ponto de gerar desentendimento, estando atento, todavia, para eventuais brigas e/ou agressões que pudessem ocorrer e que necessitassem do pedido de ajuda de Palu.
Após a entrada de Palu no imóvel , percebi um vulto descendo a escada e, no momento em que me virei na direção da sombra, me deparei com um sujeito que me apontava no rosto um revolver calibre 38.
Por treinamento em artes marciais, consegui tirar a arma de meu rosto, impedindo-lhe de atirar, em uma situação trágica que desembocou numa violenta luta de nós dois, até que, após a caída da minha arma e do agressor no chão, por receio de que mais pessoas viessem auxiliar o agressor e que a filha deste ou Palu fossem atingidas em uma possível troca de tiros, decidi que a retirada do local era questão de vida ou morte.
Assim, orientei Palu a se retirar, enquanto vigiava o agressor para que o mesmo não tentasse qualquer reação perigosa, inclusive procurar a arma que lhe pertencia e que havia se perdido quando da queda durante a briga, sendo importante frisar que se tratava de ambiente de baixa luminosidade e que haviam civis (Palu e a filha do agressor), numa situação que poderia ser trágicas para as pessoas inocentes.
É preciso ressaltar que a saída emergencial do local dos fatos se deu, dentre outros motivos, por não se encontrar a arma do sujeito, o que aumentava os riscos das vítimas, caso o armamento fosse encontrado pelo agressor ou por outra pessoa que lhe prestasse apoio.
Ao chegar em meu apartamento e, tendo salvo Palu da situação, esta afirmou que a arma do agressor era ilegal, momento em que solicitei apoio policial para contenção em flagrante do agressor por tentativa de homicídio e porte ilegal de armas, tendo lhe encaminhado para a instituição policial competente.
No mais, reafirmo que agi em perfeita obediência da lei e na tentativa de proteger uma vítima que poderia neste momento estar morta, que o material coletado e a medida protetiva em favor de Palu demonstram que o agressor poderia ter, efetivamente, assassinado sua ex-esposa, caso não tivesse sido contido por mim.
No que se refere à repercussão do caso ante o mentiroso depoimento do agressor, todo o material comprobatório de minha versão e de Palu, material esse que inclusive já circula nas redes sociais (imagens, áudios, conversas de WhatsApp e laudos periciais que demonstram que o agressor estava armado, que agrediu Palu com a coronha da arma e ameaçou minha vida com ela) demonstram que talvez o covarde e sorrateiro agressor tivesse cerceado a vida de sua ex-esposa, não fosse a minha presença na ocasião.