Política

Em evento da Fetacre com ministros, Edvaldo Magalhães relata situação de posseiros ameaçados de expulsão pelo ‘mercado de carbono’

O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) participou na tarde desta quinta-feira (11) do Encontro Estadual da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Acre (Fetacre), que aconteceu em Rio Branco, com a participação dos ministros Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e Marina Silva, do Meio Ambiente, além do presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana.

Na oportunidade, o parlamentar levantou uma preocupação com relação ao uso do chamado crédito de carbono, que tem sido explorado por empresas de fora do Acre e por pseudo-proprietários dos antigos seringais, que agora reivindicam a posse da terra, sem levar em consideração os posseiros que residem nas áreas há mais de 40 e 50 anos.

“Os programas de RED, que eu sou favorável a eles, hoje estão sendo instrumentos de novos conflitos agrários no Estado do Acre. Tem uma nova frente de conflitos e ela é aguda hoje, principalmente na região do Envira e na região de Tarauacá. É um novo latifúndio, que se apresenta como ambientalista, que é falso, para expulsar os trabalhadores que estão ali há 30, 40 e 50 anos. Nós precisamos abraçar essa causa e essas famílias. Não deixar que uma bandeira que é justa, seja usada para expulsar trabalhadores”, disse o parlamentar.

Ainda em sua fala, o parlamentar defendeu a regularização ambiental de pequenas propriedades rurais. Ele frisou que a Assembleia Legislativa do Acre tem trabalhado para fazer disso uma realidade, por meio de uma Comissão Especial que está construindo soluções viáveis, beneficiando milhares de produtores da Agricultura Familiar.

“Nós estamos terminando esse trabalho na Assembleia para fazer, como propusemos noutros tempos, soluções inovadoras. Uma solução para resolver esse passivo, regularizar do ponto de vista ambiental a Agricultura Familiar até os 4 módulos fiscais, regulamentando o artigo do Código Florestal, que foi relatado pelo Jorge Viana, da compensação. A compensação compensa muito hoje para o latifundiário. Ele tem dinheiro, tem estoque de recursos, compra e compensa. As nossas florestas públicas podem servir também de instrumento de compensação e regularizar milhares de produtores da agricultura familiar, do ponto de vista ambiental e a gente superar com a nossa realidade de conquistas no Acre, superar esse gargalo da regularização ambiental”, destacou.