Após um sargento do Exército ameaçar com arma de fogo profissionais de saúde do Pronto-Socorro de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, o Conselho Regional de Medicina (CRM) e o Sindicato dos Médicos (Sindmed) emitiram notas em que repudiam a violência sofrida por uma médica e a equipe plantonista da unidade.
O caso aconteceu na madrugada deste domingo, 4, durante atendimento à esposa do militar, que, segundo informações prestadas à polícia, teria caído e batido a cabeça. O casal apresentava sinais de embriaguez, de acordo com testemunhas. Além da médica, foram ameaçados uma enfermeira e um técnico em enfermagem.
O CRM-AC pede a apuração rigorosa da conduta e punição exemplar contra o sargento, identificado como Berton, do 61º Batalhão de Infantaria e Selva (BIS). O órgão de classe aproveita para alertar sobre a importância de se garantir um ambiente seguro para o exercício da medicina e demais profissões ligadas à saúde.
“Não podemos e não iremos tolerar que profissionais de saúde sejam agredidos, ameaçados ou sujeitos a qualquer forma de violência, sobretudo, por parte de indivíduos que, por sua função, deveriam estar protegendo e zelando pela segurança e integridade da população”, diz a nota da entidade.
O Sindmed-AC, por sua vez, emitiu um comunicado mais incisivo, classificando a atitude do sargento como “crime vil e covarde” e afirmando que os relator causaram “asco e indignação”. O órgão também pede punição exemplar e se solidariza com os servidores afetados pela “traumática” situação.
“Os diretores deste sindicato anunciam que ampliarão a frequência das visitas técnicas para que o estado cumpra com a decisão da ação civil pública, ajuizada pela entidade, que determina a utilização de segurança armada em todas as unidades de saúde e a utilização de equipamentos eletrônicos de vigilância para reduzir a violência”.
Este é o segundo caso de violência praticado contra profissionais de saúde de Cruzeiro do Sul em menos de um mês. No dia 16 de janeiro, um médico plantonista levou um tapa na cara do pai de uma paciente infantil após atendimento na UPA do município.
Segundo informações, o agressor teria ficado insatisfeito com o atendimento prestado à sua filha, de 5 anos, que deu entrada na unidade de saúde com vômito e diarreia.
- Fonte: A Gazeta do Acre.