Desde o início da guerra com a Rússia, em fevereiro de 2022, o exército ucraniano perdeu 31 mil soldados. A informação partiu do próprio presidente do país, Volodymyr Zelensky em entrevista ao jornal britânico The Guardian, publicada nesta segunda-feira 26.
Essa é a primeira vez que o ucraniano menciona um número de mortes de soldados do seu exército de forma oficial.
O balanço feito ao jornal, importante dizer, não inclui o número de feridos. Neste caso, Zelensky optou por dizer apenas que as estimativas ocidentais eram muito altas. Os EUA, principal aliado da Ucrânia, tem dito que o número de soldados feridos está entre 70 e 120 mil.
Ao jornal, Zelensky também fez uma projeção do lado russo. Segundo o ucraniano, as mortes no exército de Putin somariam 180 mil pessoas. A soma com feridos é de meio milhão, projeta.
Zelensky também passou números sobre munições no front. Conforme destacou, no final do ano passado, a Ucrânia conseguia disparar 1 projétil para cada doze lançados pela Rússia. Atualmente a proporção seria de 1 projétil para cada 7 tiros russos.
“Eles têm uma grande superioridade”, concluiu o presidente ucraniano, que segue com os apelos por mais ajuda financeira de outros países para a guerra, em especial, os EUA, onde bilhões de dólares estão bloqueados por uma disputa política entre republicanos e democratas.
Sobre a disputa, Zelensky disse ‘ter certeza’ de que “haverá uma decisão positiva. Caso contrário, ficarei a pensar em que tipo de mundo vivemos”.
Ainda na conversa, o presidente da Ucrânia descartou qualquer negociação com a Rússia pela paz.
Recuo das tropas
No mesmo dia da publicação dessa entrevista, o exército ucraniano anunciou um novo recuo. Trata-se da retirada de tropas em Avdiivka, no leste do país, que foi conquistada pelas forças russas há mais de uma semana.
“As Forças Armadas ucranianas se retiraram da localidade de Lastochkyne para organizar a defesa”, afirmou Dmytro Lykhovy, porta-voz do comando operacional da região, nesta segunda-feira 26.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou no Telegram que “libertou” a localidade e continua avançando na região.
A Rússia está em uma ofensiva desde o fracasso da contraofensiva ucraniana no verão passado (inverno no Brasil).
A conquista de Avdiivka foi o primeiro grande avanço territorial do Exército russo desde a captura de Bakhmut em maio de 2023.
Apesar das perdas humanas significativas, o Exército russo parece revigorado e reivindicou nas últimas semanas a captura de várias pequenas cidades ucranianas.