Israel continua a bombardear a Faixa de Gaza neste sábado (13), com a guerra contra o Hamas, que governa o enclave, aproximando-se dos 100 dias sem fim à vista.
Na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, um ataque aéreo israelense contra uma casa que abrigava duas famílias deslocadas matou 10 pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Erguendo a foto de uma garota morta segurando um pedaço de pão, Bassem Arafeh, um parente, disse que as famílias em Rafah estavam jantando quando a casa foi atingida na noite de sexta-feira.
“Esta criança morreu com fome, enquanto comia um pedaço de pão sem nada, onde está o Tribunal Penal Internacional para ver como as crianças morrem?”, disse Arafeh. “Onde estão os muçulmanos… e os líderes mundiais?”
Israel afirma que visa militantes e faz tudo que pode para minimizar danos contra não-combatentes, enquanto trava uma guerra urbana contra o Hamas no enclave palestino densamente povoado.
Mas a escala das mortes em Gaza e a terrível situação humanitária chocou a opinião pública mundial e alimentou cobranças cada vez maiores por um cessar-fogo.
O Exército israelense disse neste sábado que suas forças mataram vários militantes na área sul de Khan Younis e na região central da Faixa de Gaza. Disse que estava investigando o ataque que foi relatado em Rafah.
O Hamas afirmou que seus soldados atiraram contra um helicóptero israelense em Khan Younis, no sul de Gaza.
Israel anunciou uma nova fase do combate, retirando algumas forças do norte de Gaza, para onde haviam sido destacadas três semanas depois de militantes invadirem o sul de Israel em 7 de outubro, dando início à guerra que completará 100 dias no domingo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste sábado que Israel não será dissuadido pela Corte Internacional de Justiça de prosseguir com sua guerra em Gaza até a vitória total. A declaração foi dada depois que a África do Sul apresentar processo alegando genocídio contra os palestinos. “Ninguém nos deterá — nem Haia, nem o Eixo do Mal, ninguém”, disse Netanyahu em um discurso televisionado.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al-Qidra, disse que os ataques israelenses mataram 135 palestinos e feriram 312 nas últimas 24 horas. No total, segundo ele, 23.843 palestinos, a maioria civis, foram mortos desde 7 de outubro.
Israel afirma que matou pelo menos 8 mil soldados até agora e que não tem escolha a não ser encerrar o domínio do Hamas em Gaza, após os militantes, que juraram destruir Israel, matarem 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e tomarem 240 reféns.
Na Cisjordânia, sob ocupação, onde a violência já estava crescendo antes do ataque de 7 de outubro e se intensificou desde então, três palestinos armados com facas, um rifle e um machado tentaram invadir um assentamento judeu e foram mortos, disse o Exército israelense.
O Ministério da Saúde palestino afirmou que os mortos tinham 15, 17 e 19 anos. Um soldado israelense foi ferido em uma troca de tiros com os invasores quando eles violaram a cerca externa do assentamento de Adora, perto da cidade palestina de Hebron, disse Israel.