A ex-ginasta ainda ressaltou que estava em um dos momentos mais vulneráveis de toda sua vida. “Já fui abusada antes, quando tinha 4 anos, e depois do acidente, que foi quando realmente fiquei super vulnerável. Foram abusos inesperados. Eu estava totalmente vulnerável: deitada, dormindo… não estava nem vendo o que estava rolando. E não tenho sensibilidade em 100% do corpo”, compartilhou.
Os abusos não se limitaram a apenas um gênero, tendo ocorrido tanto por homens quanto mulheres, e uma das posições mais vulneráveis durante seus cuidados é justamente quando ela deita de barriga para baixo. “Se eu deitar de barriga, acabou, não sei o que está rolando, porque tenho pouca sensibilidade. São muitos procedimentos que preciso fazer de barriga para a baixo”, explicou.
Abusos contra pessoas deficientes
Um artigo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ressaltou que o país não possui pesquisas que forneçam estatísticas sobre a violência sexual direcionada às pessoas com deficiência (PCD), de acordo com informações da Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça).
No entanto, existem pesquisas internacionais que demonstram uma alta incidência dos abusos contra esse público. O artigo ainda diz que os homens com deficiência são quatro vezes mais vulneráveis que os que não possuem um diagnóstico de PCD.
Os dados da Abraça estimam, no entanto, que cerca de 40 a 68% da população mundial feminina PCD tenha sofrido violência sexual até atingir a maioridade – no Brasil, o cenário estimado é de até 90% ao longo da vida.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define violência sexual como “qualquer ato sexual, tentativa de obter um ato sexual, comentários inapropriados ou avanços de natureza sexual, além do tráfico sexual, realizados sem consentimento ou usando de coerção, sendo realizada por qualquer pessoa, independentemente de sua relação com a vítima, em qualquer situação, incluindo, mas não se limitando, a casa e ao trabalho”.