A colheita brasileira de café superou a marca de 50 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2022/2023, de bienalidade positiva, segundo um levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O resultado supera as expectativas da própria entidade, que estimava 500 mil sacas a menos em seu relatório anterior.
Em relação ao ciclo 2021/2022, de bienalidade negativa, o aumento foi de 6,7%, informou a Conab. Já na comparação com 2020/2021, a última safra de bienalidade positiva, houve uma redução de 19,3%, principalmente por causa de questões climáticas, como déficit hídrico e geadas.
Ainda de acordo com a Conab, as lavouras se espalharam por 2,2 milhões de hectares em 2022/2023, dos quais 1,8 milhão em produção e 400 mil hectares em áreas em formação. Em relação ao ciclo passado, a área cresceu 0,6%, e a produção, 1,8%.
“Um ponto importante na pesquisa é que identificamos um aumento na produtividade média nacional do café, que será de 27,7 sacas por hectare, 4,8% maior em relação à safra anterior”, projetou o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, no relatório. Em setembro, a estimativa era de 26,4 sacas por hectare.
Segundo a Conab, das lavouras em produção, 1,5 milhão de hectares foram dedicados ao café arábica, e 389 mil, ao conilon.
O total da produção de café arábica foi de 32,7 milhões de sacas, um aumento de 4,1% em relação à safra anterior. A produção de conilon, por sua vez, superou 18 milhões de sacas (aumento de 11,% sobre o último ciclo).
“Houve um ganho de rendimento nas lavouras nas duas espécies cultivadas no país. A produtividade do café arábica foi de 22,5 sacas por hectare, com aumento de 2,7% em relação à safra de 2021/22, e a do café conilon foi de 46,8 sacas por hectare, 7,9% maior que a safra anterior”, informou Ribeiro.
Por estados
O levantamento da Conab aponta que Minas Gerais é o estado que liderou a colheita de café arábica, com 22 milhões de sacas (recuo de 0,8% em relação à safra 2021/2022).
O maior produtor de conilon foi o Espírito Santo, com 16,7 milhões de sacas (alta de 10%).
Em São Paulo, foram produzidos 4,4 milhões de sacas, com uma expansão de 9,4% na comparação com o período anterior. A Bahia produziu 3,6 milhões de sacas (alta de 3,9%), enquanto em Rondônia a produção foi de 2,8 milhões de sacas (+23,7%).
Bienalidades positiva e negativa
As plantas de café sofrem o efeito da chamada bienalidade – positiva e negativa. O processo se repete: em uma safra, há alta produtividade e, na safra seguinte, a produção cai, por causa da necessidade de recomposição do vegetal.
Como, no ano anterior, a planta foi exigida para a produção, com diminuição do número de folhas e ramos secos, o cafeeiro geralmente aproveita, na safra seguinte, para recompor a parte vegetativa e as estruturas internas da planta.
- Fonte: Metrópoles.