Setembro começou com muito fogo no Acre, como já se previa no período final de agosto. Apenas nos quatro primeiros dias do mês, foram registrados 1.760 focos de queimadas em todo o estado.
Esses números colocam o Acre em quarto lugar no país com mais detecções nesse período, segundo os dados do satélite de referência (AQUA Tarde) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No ano, já são 4.848 focos de calor, 7% a mais do que os 4.521 registrados no ano passado nesse mesmo período. Esse também é o maior volume de queimadas entre janeiro e o começo de setembro desde o ano de 2005.
Naquele ano, o Acre registrou uma das maiores tragédias ambientais da sua história com o gigantesco incêndio na Reserva Extrativista Chico Mendes.
Consideradas as 48 horas anteriores à atualização dos dados do Programa Queimadas, na noite deste domingo (4), foram 995 focos de queimadas detectados no Acre, que ficou atrás apenas de Pará, Mato Grosso e Amazonas.
Os municípios de Feijó e Tarauacá seguem liderando o ranking estadual do fogo e acumulando quase metade de todas as ocorrências registradas no estado em 2022.
Feijó é um dos 10 municípios do país com mais registros no ano – foram 1.568 focos de queimadas até este domingo. Tarauacá vem em seguida com 836.
Na noite deste domingo, a qualidade do ar em vários municípios acreanos, como Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus, Assis Brasil, Rio Branco e Acrelândia, estava na faixa de 55 a 150 µg/m³ na escala da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar do Acre.
Nesses níveis de poluição do ar, todas as pessoas podem começar a ter efeitos na saúde se expostos por 24 horas e membros de grupos sensíveis podem experimentar efeitos mais graves na saúde se submetidos a tais condições por esse período.