Entre 2020 e 2021, a variação na taxa de roubos e furtos de carros no Acre aumentou em 33,8%. E, assim, o estado é o segundo do país com a maior variação, ficando atrás apenas do Maranhão (59,7%), segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no final de junho.
Conforme o levantamento, em 2020 o Acre apareceu com taxa de 313,1 roubos para cada 100 mil veículos. Já em 2021, o número aumentou para 418,8. Nos dois períodos avaliados, a taxa desse tipo de crime do estado ficou acima da taxa nacional.
O coordenador do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), delegado Rêmullo Diniz, disse que existe um trabalho em três cidades para tentar coibir essa prática. As equipes reforçaram as fiscalizações em Capixaba, Brasileia e Plácido de Castro.
Motoristas que estão de viagem para a fronteira só podem atravessar se o veículo estiver em seu nome ou tiverem uma procuração do dono do veículo autorizado o uso. Essa foi uma das formas que a polícia colocou em prática para prender criminosos com veículos roubados ou furtados.
“Com o domínio de facções criminosas em algumas regiões, o pessoal tem mantido o intuito de fazer o uso de carro na Bolívia. Lá está fora de nossa alçada, apesar que termos feito muito trabalho em parceria para tentar coibir essas ações, e o pessoal tem levado muito carro roubado para lá para trocar por droga. É a moda que tem para oferecer”, explicou.
Diniz destacou que esses veículos são trocados por valores bem inferiores ao da compra. Por exemplo, um carro que custa R$ 300 mil é trocado ou vendido por R$ 30 mil.
“Temos feito abordagens de madrugada para coibir pessoas com veículos que não estejam em seu nome transitem para a Bolívia e Peru. Inclusive, temos feitas várias apreensões. Uma vez que passa para outro país você perde a chance de atuar em cima daquele território”, afirmou .
Apesar das operações e fiscalizações, o coordenador acrescentou que a fronteira é muito extensa e há diversos estradas de terras e outras entradas irregulares para os países vizinhos.
“Tem a passagem oficial, mas têm muitos ramais e entradas ilícitas. A gente precisa combater não só a entrada oficial, mas também os ramais e essas estradas ilegais. Estamos fazendo o máximo possível, inclusive, os últimos sete roubos de veículos no Acre, todos os carros foram recuperados”, concluiu.