Responsáveis por alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) do ensino fundamental de Tarauacá, interior do Acre, reclamam da falta de mediadores nas escolas do município.
A autônoma Lúcia Saraiva, de 43 anos, mãe de dois meninos autistas, de 4 e 7 anos, disse que os filhos estão sem receber o devido acompanhamento.
“A situação é complicada. O de 4 quatro anos, a maior dificuldade é permanecer na sala de aula, pois não obedece comandos e nem consegue ficar parado no mesmo lugar por muito tempo, e o de sete anos não consegue fazer suas atividades sozinho por não sabe ler. Até copia do quadro, mas com dificuldades”, conta.
Ela relata que o filho mais novo já teve pelo menos três pessoas acompanhando ele, mas por não terem a devida qualificação, não conseguiam manter ele na sala de aula e a situação tem ficado difícil porque ele não quer ir para a escola.
“Só esse ano a secretaria já trocou três vezes de bolsista, pra cuidar dele na escola. Meu filho não precisa de babá, ele precisa de alguém que seja capacitado e tenha noção de como lidar com as dificuldades dele. Detalhe, ele não quer mais ir pra escola, não consegue se adaptar “, acrescentou.
Eliana Oliveira, mãe de um menino de 12 anos que está no 7º ano do ensino fundamental, disse que o filho está na sala de aula sem mediador, mas ele fica agitado e acaba prejudicado por não acompanhar as atividades.
“Está faltando mediador pra ele. Converso com os professores, e eles me disseram que ele até consegue acompanhar, mas de forma que fica muito agitado porque as vezes não consegue e quer acompanhar.”
Eliana disse que a associação está se organizando e devem participar de uma reunião para tentar garantir o direito das crianças aos mediadores.
O que diz a educação
A secretária Municipal de Educação, Lucicleia de Lima, disse ao g1 que um processo seletivo foi feito no final de abril e que 43 mediadores devem ser contratados para compor o quadro do município e atender as crianças.
“Pensando nisso é que estamos priorizando qualidade e garantindo o direito das crianças autistas. Tem que ser pedagogo de formação, fizemos o seletivo e estamos contratando 43 mediadores. Só que estamos lidando com a administração pública e tem toda uma etapa, não é de imediato. Só com um pouco mais de paciência vamos chegar ao nível que queremos”, disse.
A secretária pontuou que não pode afirmar qual a data que os profissionais vão entrar nas salas de aula, mas que a prefeitura já vai iniciar a etapa de contratação.
“Estamos no pós pandemia, então fizemos todo um levantamento, de quais são as necessidades, ai veio processo seletivo. O foco são nossas crianças e ninguém pode ficar para trás. Algumas escolas contam com assistentes para amenizar até chegarem os mediadores”, acrescentou.
Com informações G1 Acre