Após denúncia de pacientes, equipes do Conselho Regional de Medicina (CRM-AC) foram até o Hospital João Câncio, em Sena Madureira, interior do Acre, para uma fiscalização. A unidade, que está em obras desde 2021, tem operado de maneira precária, sem estrutura e equipamentos para atender os pacientes e até sem alguns medicamentos.
A fiscalização ocorreu nessa sexta-feira (11). A unidade é referência para atendimentos de moradores não apenas de Sena Madureira, mas também de cidades como Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e até Boca do Acre, no Amazonas.
Salas estariam sem estrutura adequada para atender os pacientes — Foto: Arquivo/CRM-AC
Uma das principais irregularidades encontradas, conforme o conselho, foi o atendimento em uma mesma sala de pacientes com Covid-19, emergenciais, ambulatoriais de trauma e até mesmo grávidas.
“Fomos procurados por pacientes dizendo que para eles é uma humilhação o serviço que está sendo ofertado nesta unidade. É triste ver como as pessoas estão sendo tratadas em Sena Madureira. Uma estrutura extremamente danificada e reduzida. É humanamente impossível que médicos e demais trabalhadores em saúde ofertem o atendimento de qualidade que a população merece. É uma tristeza, desumano”, disse a presidente do CRM-AC, Leuda Dávalos, que participou da fiscalização.
A direção do hospital informou que o setor jurídico da Secretaria de Saúde Estadual (Sesacre) vai se posicionar sobre os fatos.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Sesacre e aguarda retorno.
Hospital João Câncio passa por reformas desde o primeiro semestre de 2021 — Foto: Arquivo/CRM-AC
Reforma
Ainda segundo o CRM-AC, a unidade de saúde está em obras para ampliação desde o primeiro semestre de 2021 e os atendimentos são feitos de forma adaptada.
Para as equipes do conselho, a direção do hospital teria informado que chegou a sugerir à Saúde estadual que fosse alugado um novo prédio para atender os pacientes enquanto é concluída a obra.
“Todas as salas estão inadequadas. Fiquei muito comovida e solidária a esses funcionários. Eles são realmente pessoas que estão aqui dispostas a trabalhar em função da população, mas infelizmente, não têm a estrutura adequada. A reforma do hospital está longe de ser concluída e, sinceramente, estou muito preocupada com o que pode acontecer”, destacou a presidente do CRM-AC.