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sexta-feira, setembro 20, 2024

No Acre, Congresso Internacional realiza diagnóstico de situação das comunidades indígenas do Brasil e Peru

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O Congresso Internacional Apiwtxa – Ameaças, Proteção e Desenvolvimento na Fronteira Amazônica foi realizado entre os dias 16 e 19 de novembro de 2021, na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, Marechal Thaumaturgo, Acre, organizado pela Associação Ashaninka do Rio Amônia – Apiwtxa.

Foram mais de 100 pessoas reunidas para apresentar e debater o cenário atual da fronteira entre Peru e Brasil, das áreas de Yurúa e Alto Tamaya, no Ucayali, e Alto Juruá, no Acre. Os povos indígenas e comunidades rurais ali presentes, juntos, representam mais de 3 milhões de hectares da Amazônia. As ameaças enfrentadas são enormes, com o narcotráfico, as estradas ilegais, os madeireiros, os mineradores e os traficantes de terras, protegidos pela corrupção do Estado.

“Nós não podemos ficar refém dessas atividades ilícitas aqui na região”, declara Francisco Piyãko, liderança Ashaninka da Aldeia Apiwtxa e Coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj), que atua na região do Juruá, no Acre. Entre os principais temas levantados durante as atividades, forma a invasão dos territórios, tanto para a caça ilegal, como para a passagem de narcotraficantes, a estrada ilegal UC-105, que corta a flroesta entre Nueva Italia e Puerto Breu, já invandido a comunidade de Sawawo Hito 40, o cultivo de coca, para o narcotráfico, nas proximidades do território e a extração ilegal de madeira.

“Os mapas mostrados não são inventados, é uma realidade! Não faz sentido inventarem uma Rodovia Interoceânica Central, atravessando o Peru, para passar por dentro da nossa terra, a troco de que? Quem tá mandando isso? Quais as máquinas que fazem essas pistas de pouso se não forem as máquinas dos madeireiros? Então tudo está conectado, se você olhar, vem junto essa migração de gente para ocupar esses espaços, com a estratégia de cultivar coca para produzir a droga”, explica Francisco Piyãko.

Alfonso Rengifo Pérez, presidente da Aconadiysh, destacou a importância da realização de um Congresso Internacional sobre temas tão pertinentes. “Como líder indígena do povo Jaminawa, tenho acompanhado a realidade da nossa comunidade de perto. São muitas as problemáticas, faltam investimentos em saúde e educação, faltam profissionais, e isso é preocupante para nós, povos indígenas. Como líder, tenho dialogado com diferentes lideranças indígenas para nos unirmos por nossas causas e conquistarmos nossos direitos. Agradeço por esse Congresso, por estarmos aqui discutindo políticas públicas.

Participaram do Congresso os povos indígenas Ashaninka, Ashéninka, Arara, Kuntanawa, Huni Kuin, Yaminahua e Amahuaca, e as instituições Opirj, Apiwtxa, Instituto Yorenka Tasorentsi, Associação Jaminawa Arara do Rio Bagé, Associação Kaxinawá do Rio Breu, Associação Ashaninka do Rio Breu, Associação Arara do Rio Amônia, Asociación de Comunidades Nativas Para el Desarrollo Integral del Yurua – Yono – Sharakoiai (Aconadiysh), Asociación de Conservación Comunal Yurúa (ACCY), Asociación Ambiental de la Comunidad Ashéninka Pocharipankoky Pikiyaco Yurú (AACAPPY), Comissão Pró-Índio do Acre (CPI Acre), Conservation Strategy Fund (CSF), Upper Amazon Conservancy, ProPurús, Conservação Internacional (CI Brasil), Instituto Fronteiras, EDLC – Environmental Defender Law Center,Prefeito de Marechal Thaumaturgo, Isaac Piyãko e a Câmara de Vereadores de Marechal Thaumaturgo, ICMBio Cruzeiro do Sul e Exército Brasileiro.

Confira a Declaração do Congresso, assinado por instituições presentes, reafirmando o compromisso na luta contra os invasores e exigindo a devida atenção dos Estados Brasileiros e Peruano.

  • Associação Apiwtxa.
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