Ícone do site O Juruá Em Tempo

Caos: em Xapuri, ambulância é atacada e Hospital invadido, criando uma briga generalizada

Na madrugada do último domingo (08), no Hospital Epaminondas Jácome em Xapuri, uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi atacada e a unidade hospitalar invadida durante o atendimento a um paciente.

Segundo informações, a ambulância foi acionada para prestar atendimento a uma pessoa agredida em um bar da cidade. Ao chegar ao hospital, a viatura foi atacada e o paciente voltou a ser espancado.

De acordo com testemunhas, a vítima tentou se refugiar dentro do hospital que também foi invadido; criando assim, uma briga generalizada, deixando todos em pânico. O acompanhante do paciente também foi agredido.

A equipe do Samu foi ameaçada e chegou a sofrer agressões. Um dos socorristas disse que precisou chegar “às vias de fato” com um dos agressores. Outro funcionário também sofreu ferimentos e precisou ser atendido.

A direção da unidade hospitalar informou que uma guarnição da Polícia Militar esteve no local, mas os agressores já haviam fugido do local. As investigações para identificar os invasores seguirá sendo feita pela Polícia Civil.

O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) soltou uma nota na tarde do domingo afirmando que os invasores são membros de organização criminosa e que coletou todas as provas para a responsabilização dos gestores, pois há anos a entidade vem sendo alertada sobre a falta de segurança.

“Toda situação está sendo avaliada pelo nosso jurídico pra decidirmos qual o melhor encaminhamento; mas agora, queremos dar um basta. Isso não pode mais ocorrer. Exigimos segurança em todas as unidades de saúde e a reativação de postos policiais dentro dos hospitais”, afirmou o presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici.

Hospitais sem segurança

Desde o último dia 10 de julho, os hospitais da rede estadual do Acre estão sem vigilância patrimonial; isso porque a empresa Protege demitiu cerca de 180 vigilantes que atuavam em todo o estado. A autorização para suspender os serviços foi dada pela Justiça, após a falta de pagamento por parte da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).

Nonato Santos, presidente do Sindicato dos Vigilantes do Acre, disse que a empresa não recebia os repasses do governo desde dezembro de 2020 e que o valor da dívida já superava R$ 5 milhões. De acordo com ele, a decisão da empresa se deu após várias tentativas de negociação.

Na época, a secretária de saúde Muana Araújo divulgou uma nota confirmando a dívida com a empresa, porém garantiu que o governo não foi responsável pela demissão dos 180 vigilantes. Segundo ela, a acusação do Sindicato dos Vigilantes de que o governador Gladson Cameli havia, literalmente, demitido os vigilantes não procedia.

“Os vigilantes nunca foram contratados pelo estado do Acre; o qual contratou, sim, uma empresa privada para o fornecimento de segurança, sendo com tal empresa o vínculo estatal. O governo confirma que existe um débito com tal empresa, que deverá ser quitado até o próximo mês”, explicou.

Em outra parte da nota, a Sesacre afirmou que uma proposta de quitação parcial de débitos havia sido apresentada para a empresa, mas foi recusada. A secretária também afirmou que, apesar da situação, os hospitais não estão sem segurança, pois a Polícia Militar vem fazendo rondas constantes nas unidades.

No caso específico de Xapuri, funcionários relatam que o clima é de insegurança e medo. Com um contingente defasado, a PM no município não possui condições de dar cobertura ao hospital, isso porque a corporação tem atuado com apenas uma guarnição por dia para dar conta das ocorrências de toda a cidade.

Sair da versão mobile