A Associação Katukina do rio Campinas (AKAC) elegeu neste sábado sua nova diretoria. A eleição ocorreu no Shovo (Cupixáua, Chapéu de Palha) da aldeia Samaúma. Foi eleito por unanimidade Petrônio Silva, Tswi, para a presidência, Pajé Kamanati, Perona como tesoureiro e Samê de Souza Cruz, sendo a primeira mulher a ocupar um cargo na diretoria da AKAC.
Além de representantes de cada uma das aldeias da Terra Indígena Katukina do rio Campinas, a assembleia contou com as presenças do ex-sertanista da Funai Antônio Macedo, do assessor jurídico da Coiab, Felipe Apurinã e da assessora Maya Kamanawa na mesa diretora.
O evento teve a abertura com cantos e danças tradicionais conduzido pelo jovem Vari Vinyá.
Exercendo um papel de conselheiro, Antônio Macedo fez uma das falas iniciais. “O maior objetivo deve ser a construção de uma unidade, num jogo onde todos ganham. Os indígenas costumam escolher seus representantes por suas qualidades, ou por seus compromissos, e deste modo pode ser construída uma chapa única que represente em cada pessoa da diretoria, estes compromissos que são coletivos”, explica Antônio Macedo.
Linhão
Entre os desafios desta nova diretoria estará o de representar os interesses do povo Noke Koi perante o projeto do linhão de transmissão elétrica que deverá atravessar suas terras.
As discussões já estão avançadas, mas ainda deve ser definido um plano de mitigação: um conjunto de medidas reparatórias e compensatórias para os indígenas, além das especificidades relativas à segurança.
“O linhão terá de vir em zigue zague, pois tem aldeia dos dois lados da estrada, de forma a garantir a segurança das pessoas”, explica Petrônio.
Entre os projetos de compensação, estão sendo pensadas ações de melhorias nas questões de segurança alimentar e infraestrutura.