Na última segunda-feira (21), a família da agricultora Irani Souza Silva, de 41 anos, do município de Rodrigues Alves, foi surpreendida por uma situação um tanto quanto revoltante, além da dor da perda, a família teve que fazer, por conta própria, o sepultamento da mulher, já que o coveiro não se encontrava no cemitério da cidade.
Irani foi uma das mais de 1,7 mil vítimas da Covid-19 do estado do Acre. A mulher se encontrava internada pouco mais de um mês no Hospital do Juruá, no município de Cruzeiro do Sul, porém, devido à complicações Irani não resistiu e veio à óbito na manhã desta segunda-feira (21). Devido a senhora morar no em Rodrigues Alves, a própria família fez o translado do corpo.
Contudo, ao chegar ao cemitério da cidade, a família ficou surpresa, segundo Francisco Silveira Ferreira, de 42 anos, primo de Irani, o cemitério estava com o portão apenas encostado, então a família abriu, entrou e encontrou uma cova aberta, e ninguém no lugar para orientar.
“Foi uma coisa meio triste, porque você perder uma pessoa da família e ainda passar por isso. Quando chegamos no cemitério, nos deparamos com o portão amarrado, eu que abri para o carro entrar com o corpo dela. Aí, encontramos a cova aberta, com uma pá, enxada e uma escada dentro, mas o principal, que era o coveiro para fazer o sepultamento, não estava lá. Também não tinha a corda para descer o caixão, foi preciso o cunhado dela pegar o carro, ir no Centro para comprar uma corda”, disse.
A família chegou ao cemitério por volta das 17h, contudo o sepultamento só foi realizado ao anoitecer. “Quando a gente já estava descendo o caixão foi que o coveiro chegou com a corda e ajudou a terminar o sepultamento.”
Meire Teixeira, secretária de Assistência Social do município de Rodrigues Alves, informou que foi a secretaria que providenciou a urna à falecida, uma vez que a família é de baixa renda. Já sobre o coveiro não estar no local no momento do sepultamento, a secretária falou que a família não informou o horário que o corpo iria chegar e que pensavam que o enterro aconteceria somente nesta terça-feira (22).
“A prefeitura, por meio da secretaria, doou a urna. Nossa parte a gente fez. Não fomos informados sobre do que a senhora tinha falecido, a família não procurou o coveiro para ir no cemitério, não foi informado o horário que ela seria enterrada e o coveiro ficou sabendo por terceiros. Quando ele chegou, a família já estava lá e ele concluiu junto os familiares. A cova estava aberta, e eles estavam esperando o enterro ser nesta terça e, de repente foi mudado”, afirmou.