Criança é flagrada enrolando cigarro em bar e Conselho Tutelar aguarda formalização da denúncia

Durante esta semana, um supervisor de vendas, gravou imagens de uma menina de aproximadamente 10 anos de idade, enrolando um cigarro que supostamente seria para sua mãe. As imagens foram feitas em um bar, na Transacreana, em Rio Branco.

Nas imagens feitas, é possível ver a menina, junto à sua irmã mais nova, que está sentada perto dela, enrolando o cigarro com uma habilidade incrível. A criança faz o cigarro, passa na boca para colar, e entrega um pacote de tabaco e embrulho para sua mãe.

De acordo com João Andrade, o supervisor de vendas, que fez as imagens, ele estava no local para realizar um trabalho e fazia a instalação de câmeras, foi então que se deparou com a cena, e registrou por crer que o bar não é o ambiente para crianças e também para ter provas com a qual iria fazer uma denúncia.

“Trabalho com crianças, sou instrutor de capoeira, e ver aquilo me partiu o coração e queria ajudar de alguma forma. Gravar o vídeo foi o que pensei que poderia ajudar, nem pensei nas consequências depois. Mas, se preciso, volto no local para ajudar as crianças”, disse .

Os envolvidos não tiveram seus nomes divulgados, e segundo Primeiro Conselho Tutelar da capital, em casos como esses é necessário que seja formalizada uma denúncia para que então possa ser averiguada e então encaminhada para os órgãos investigadores, e até terça-feira (8), a equipe ainda não tinham recebido nenhuma denúncia sobre o caso.

“Todas as situações que chegam ao conhecimento dos três conselhos são atendidas, é feita a verificação para garantir o direito, no sentido de representar o agressor ou violador do direito. Agora, precisa que haja a formalização da denúncia. A gente precisa da denúncia, com local específico, que chegue de forma clara o endereço, nome. Mas, esse caso ainda não chegou”, declarou Anilton Andrade, conselheiro tutelar.

Costume

João destacou que ao conversar com algumas pessoas do local e foi informado que a situação era costumeira.

“Minha preocupação é mostrar para chegar nas autoridades, porque criança não tem que estar em bar. Falei para ela [mãe] que o que estava fazendo é errado. Perguntei se ela quer se tratar, conheço pessoas que poderiam levar a um centro de recuperação e ela me falou que se tivesse droga e cachaça, iria”, declarou.

Segundo o consultor ainda, no dia que foram realizadas as imagens, as crianças almoçaram porque ele e a equipe que faziam o trabalho no bar realizaram uma cota para comprar comida para elas.

“Falei com o rapaz que estava com ela também, não sei se era marido e disse que eles deveriam tomar providência para isso mudar e avisei que gravei o vídeo e levaria às autoridades. Só de ela estar levando as meninas pro bar e fazer o cigarro, para mim é maus-tratos. O rapaz do bar falou que ela passa necessidade, é dependente química e alcoólatra”, contou.

Procurado, João declarou que ainda não tinha formalizado a denúncia, mas iria ao Conselho Tutelar

Orientação

Lucinaira Carvalho, conselheira tutelar, orientou à população que ao presenciar cenas que constituam na violam o direito das crianças, que denunciem através do telefone do conselho, o 99971-1850 ou discando 100 que recepta e encaminha o caso para a regional responsável.

“É bom destacar que o conselho tutelar não investiga crime, ele faz a verificação in loco, constatando a situação e veracidade, são aplicadas as medidas e encaminhado ao Ministério Público, ou ao Poder Judiciário e até à delegacia”, destacou a conselheira.