Criança de 11 anos trabalha como flanelinha em Cruzeiro do Sul para ajudar no sustento da família

No início desta semana, uma criança de apenas 11 anos de idade foi flagrada trabalhando próximo a Caixa Econômica Federal, no Centro de Cruzeiro do Sul, como flanelinha. Ela colocava pedaços de papelão em motos e outros veículos enquanto os condutores se ausentavam por algum momento.

Tímido e aparentemente assustado, a criança conversou um pouco com a nossa equipe de reportagem. A. S. disse que mora com os pais e que o dinheiro arrecadado era para comprar comida. Ele não soube dizer o nome do bairro onde mora e ressaltou que recebia cerca de R$ 5 dos condutores.

“Com o dinheiro, a gente compra frango, peixe, arroz, macarrão e verdura; compramos comida” (sic), disse.

TRABALHO INFANTIL NO BRASIL

Um levantamento feito pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) mostrou que em 2019 havia 1,8 milhão de crianças e adolescentes em trabalho infantil, número 4,8% menor do que no ano de 2018. Desse total, 704 mil (38,4%) exerciam algumas das piores formas de trabalho infantil.

Os dados do estudo O Trabalho Infantil no Brasil: Análise dos Microdados da PnadC 2019, divulgados na última segunda-feira (21) pelo FNPETI, mostram que 1,206 milhão eram meninos e 626 mil, meninas e que 1,202 milhão eram negros e 630 mil, eram brancos.

Em um recorte pela faixa etária, os dados indicam que a maioria tinha 16 e 17 anos, 448 tinham 14 e 15 anos, e 285 tinham de 10 a 13 anos. As regiões do país onde mais havia crianças e adolescentes trabalhando foi o Sudeste, seguido do Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste.