Há pouco, o acjornal conversou com um profissional de Plantão no hospital Regional do Juruá. Ele diz que a direção da unidade, controlada por freiras da Igreja Católica, não permite que ele seja identificado. Também alega questões éticas, mas aceitou relatar a saga dele e de amigos para tentar salvar vidas de pessoas na guerra contra COVID-19. A rede hospitalar entrou em colapso neste domingo e os profissionais estão no limite de suas condições físicas e mentais.
“Não aguento ver a dor e sofrimento dessas pessoas. A família de im jovem com 80% do Pulmão comprometido clama por uma vaga na UTI, que está com 100% de ocupação. Isso corta o coração da gente. A gente se faz de forte para acalmar as pessoas, mas depois eu vou no banheiro e choro, pois não existe ser humano no mundo que não sinta angustia e dor dessas pessoas”, disse.
Outro fator que chama atenção na conversa, diz respeito ao esgotamento mental e físico enfrentado por dezenas de médicos, enfermeiros e Técnicos. Com muitos profissionais afastados pela covid, outros por problemas de saúde, a demanda sufocou os demais, que já trabalham no limite.
“Nós já não aguentamos mais a rotina dos plantões extras, mesmo tendo contas para pagar e sabendo que isso traz aumento do salário. Nenhum ser humano aguenta virar a noite e entrar pelo dia de maneira repetida e por isso estamos no limite”, disse ele.
O Hospital Regional do Juruá está com a capacidade total ocupada, tanto nas enfermarias clínicas, quanto nas UTI’s COVID. O governador Gladson Cameli acompanha a situação de perto e já enviou equipamentos para montagem de mais 10 leitos de UTI’S, que possam amenizar o drama de quem luta pela a vida e necessita de uma dessas unidades.
Ac Jornal