Uma manifestação reuniu centenas de pessoas neste sábado (26) no centro de Manaus para protestar contra o novo decreto do governo do estado que determina o fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais pelos próximos 15 dias.
Pela segunda vez em menos de uma semana, manifestantes ocuparam um trecho da avenida Eduardo Ribeiro, uma das mais importantes da região central da cidade e bloquearam a passagem de veículos.
Parte deles carregava cartazes com críticas às novas medidas de restrição, que atingem sobretudo bares, restaurantes, shoppings e comércio de rua.
Assinado na última quarta-feira (23) pelo governador Wilson Lima (PSC), o decreto tem como principal objetivo frear a disseminação do novo coronavírus.
O estado, que enfrentou um dos quadros mais críticos durante a pandemia e chegou a enterrar vítimas em valas comuns, vive uma segunda onda de casos da Covid-19.
A ocupação dos leitos de terapia intensiva para o tratamento da doença no estado chegou a 85% nesta sexta-feira (25).
O decreto começou a vigorar neste sábado e determinou o fechamento do comércio não essencial até o dia 9 de janeiro. Estabelecimentos como supermercados, farmácias, feiras e postos de combustível não são atingidos pela medida.
O estabelecimento comercial que descumprir as regras poderá arcar com multas que chegam a R$ 50 mil. No caso de reincidência, o comércio pode ser interditado ou embargado.
As novas medidas de restrição foram criticadas por comerciantes e associações que representam shopping centers.
A Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) chegou a entrar com um uma ação na Justiça pedindo que os shoppings permanecessem abertos. O pedido de liminar, contudo, foi indeferido.
O governador Wilson Lima defendeu a adoção das medidas restritivas e afirmou que o avanço do número de novos casos da Covid-19 é consequência de aglomerações geradas durante a campanha eleitoral e de festas clandestinas que aconteceram na capital.
Folha