O dólar opera em queda nesta sexta-feira (6), com os mercados reagindo positivamente às crescentes perspectivas de uma presidência de Joe Biden nos Estados Unidos, apesar do resultado ainda não estar definido.
Às 9h13, a moeda norte-americana recuava 0,15%, cotada a R$ 5,5377. Na mínima do dia até o momento, chegou a R$ 5,5056.
Na quinta-feira, o dólar fechou em queda de 1,92%, a R$ 5,5459, menor cotação desde 9 de outubro. Com o recuo, o passou a acumular queda de 3,35% no mês, embora ainda tenha alta de 38,31% no ano.
As atenções dos investidores seguem voltadas para a apuração dos votos nos Estados Unidos. O candidato democrata Joe Biden virou sobre o republicano Donald Trump na manhã desta sexta-feira na Geórgia, um dos estados decisivos para a eleição dos Estados Unidos, e agora está mais perto da Casa Branca. Se vencer no estado, Biden terá votos suficientes no Colégio Eleitoral para ser eleito o 46º presidente dos EUA.
Os mercados acionários globais avançaram esta semana conforme os investidores adotaram a visão de que, independente do resultado final da apuração nos EUA, haverá equilíbrio de forças entre democratas e republicanos no Congresso. Segundo analistas, um Congresso norte-americano dividido pode adiar grandes mudanças, incluindo um aumento de impostos, um endurecimento das regulamentações ou controle mais rigoroso de grandes empresas.
Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, ganhou 4,1% na semana, maior alta semanal desde julho, com esperanças de tensões menores entre Washington e Pequim.
Entre os investidores, há também a percepção de que as políticas de Biden colaborariam para um dólar globalmente mais fraco, principalmente com a expectativa de aprovação de novas medidas de auxílio fiscal na maior economia do mundo, o que pode dar apoio a divisas de países emergentes.
Por aqui, permaneceram as preocupações em torno da trajetória da dívida pública e capacidade do governo de encaminhar um plano crível de recuperação das contas públicas e de dar prosseguimento à agenda de reformas estruturais.
Esse cenário, somado ao patamar extremamente baixo da taxa Selic e a um crescimento econômico fraco, ajudam a explicar a alta acumulada de quase 40% do dólar no ano ante o real.