Mesmo com queda nos índices e nas curvas de mortes e casos de Covid-19, o retorno presencial às aulas nas escolas públicas do Estado do Acre segue sem data prevista. O processo de reabertura econômica e flexibilização do isolamento devido à diminuição da pandemia da doença pode contemplar as escolas somente em 2021.
Para isso, desde abril, quando todas as atividades escolares presenciais foram suspensas, o Conselho Nacional de Educação (CNE) autorizou a oferta de atividades não presenciais em todas as etapas de ensino – como diretriz para a reorganização do calendário escolar de 2020.
Desse modo, equipes da Secretaria de Estado de Educação, Cultural e Esportes (SEE), assim como das unidades escolares, têm se reinventado e redobrado os trabalhos para atender as demandas educacionais com o ensino remoto. Apesar das críticas, esse novo formato tem agitado a educação e garantido que o ano letivo não seja prejudicado.
Nessa modalidade, os conteúdos das aulas vêm sendo oferecidos e ministrados por videoaulas, conteúdos organizados em plataformas e ambientes virtuais de aprendizagem, redes sociais, programas de televisão e rádio, adoção de materiais didáticos impressos e distribuídos aos alunos e seus pais ou responsáveis, orientação de leituras, projetos, pesquisas, atividades e exercícios indicados em materiais didáticos.
“Nossas equipes focam no planejamento, no acompanhamento pedagógico, na busca ativa e recursos tecnológicos para desenvolverem atividades que proporcionem um protagonismo ainda maior ao estudante, priorizando a educação de qualidade, principalmente nesse momento atípico vivenciado”, destacou Rocinete Santos, coordenadora de ensino do Núcleo da SEE/CZS.
Muitos alunos e seus familiares estão estabelecendo uma rotina em casa, organizando um horário para sentar e estudar, ou seja, se conectar com a aprendizagem formal da escola. Isso tem feito o ensino remoto ultrapassar fronteiras territoriais do município. As unidades escolares têm alcançado um número significativo de alunos com as atividades remotas.
A escola de Ensino Fundamental Braz de Aguiar é um exemplo. A diretora, Rosilene Rodrigues, conta que é um compromisso da unidade e também dos pais dos alunos, que diante da pandemia se mudaram para outras cidades e localidades, mas não deixaram de acompanhar, participar e continuam se esforçando para garantir a permanência escolar de seus filhos.
“Tudo é uma questão de compromisso da família e a sensibilização da escola perante as famílias. Estamos orientando, enviando atividades e tendo o retorno de alunos matriculados em nossa escola que estão morando em Mâncio Lima e Rio Branco (Acre), Ipixuna e Guajará (Amazonas) e até em São Paulo”, destacou a gestora.
Sem conhecimentos pedagógicos ou sobre estratégias para ensino, muitos pais se sentem perdidos tentando dar assistência aos filhos que estão em casa. Além disso, em muitas casas, o acesso à internet, o silêncio e a organização requeridos para um bom processo de ensino e aprendizagem não são possíveis. Por isso, os dilemas para as famílias são inúmeros.
Segundo Ruth Bernardino, coordenadora do Núcleo da SEE em Cruzeiro do Sul, muitas famílias estão se doando para ajudar aos alunos nas atividades, no entanto, não entendem a importância do acompanhamento e da realização das atividades remotas, nesse período de isolamento social e de garantia da conclusão do ano letivo.
“Nosso objetivo com o ensino remoto é garantir um melhor retorno às aulas. O que se busca fazer é diminuir o impacto negativo desse distanciamento social e da suspensão das aulas presenciais para a aprendizagem. Por isso as famílias precisam ser parceiras e acreditar nos trabalhos que estão sendo desenvolvidos por todos os protagonistas da educação”.
Fonte: Agência de Notícias do Acre.