“Não deu para viajar por conta da pandemia. Uma semana antes suspenderam tudo. Em agosto voltei lá e falaram que estava funcionado, mas de forma reduzida”, concluiu.
O pequeno João Miguel da Silva Carneiro, de 4 anos, espera há mais de dois anos por uma cirurgia de hérnia na virilha. João e a família moram na Vila Assis Brasil, zona rural de Cruzeiro do Sul, no interior, e aguardam a liberação da viagem para Rio Branco pelo Tratamento Fora do Domicílio (TFD) para fazer o procedimento.
Ao G1, o pai do menino, David Carneiro, contou que o filho já nasceu com uma hérnia e, por causa do problema, os testículos dele ficam no abdômen. Um exame feito em fevereiro mostrou que João tem duas hérnias, uma em cada lado da virilha.
A cirurgia deve ser feita na Fundação Hospitalar de Rio Branco, vai retirar as hérnias e corrigir o problema nos testículos do garoto.
“Ele sente dor, está voltando a sentir. Mas, antes ele sentia tanta dor que não conseguia se levantar, tentava e não conseguia, ficava só sentado ou deitado”, lamentou.
Cansados de esperar, os pais do menino iniciaram uma campanha nas redes sociais para conseguir recursos e fazer a cirurgia com um médico particular. A mobilização chegou até a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) e a consulta foi agendada para o próximo dia 14.
“Fizemos uma movimentação para fazer por conta própria, algumas pessoas se manifestaram e chegou à doutora Paula Mariano, de Rio Branco. Ela conseguiu marcar uma consulta com ele no dia 14 de setembro. Agora tenho que ficar no aguardo e o TFD vai providenciar as passagens. Por enquanto, a consulta está marcada”, destacou.
Manuela Cameli, gerente administrativa do TFD, explicou que foi comunicada sobre o agendamento da consulta de João em Rio Branco para o próximo dia 14 e as passagens vão ser marcadas.
Sobre a demora, a gerente justificou que assumiu a gestão em 2019 e não pode comentar sobre as demandas das gestões anteriores.
“O TFD vai encaminhar sim o paciente. Entre ano passado eu não sei dizer o porquê não foi atendido no mesmo ano que entrou, em 2018. Semana passada vamos verificar como vamos encaminhá-lo”, explicou.
Ainda segundo o pai, a família está na fila do TFD desde 2018. De 2017 até 2018, João foi submetido a uma série de exames para apresentar aos médicos e ser operado. Carneiro disse que ainda tentou viajar com o filho por conta própria, mas foi informado que não era possível.
“Desde o início tiveram umas informações desencontradas porque quando entrei no TFD perguntei se podia ir por conta própria para Rio Branco, para eles agendarem só a consulta. Mas, a atendente disse que não podia mais. No final do ano passado, depois de ir lá diversas vezes, fui de novo e perguntei se tinha como ir para Rio Branco por conta própria. A moça falou que sim, que ajudaria bastante porque o problema maior eram as passagens”, criticou.
Carneiro falou que o cadastro foi atualizado e passou a esperar de novo pela viagem. No início deste ano, o pai retornou ao TFD e cobrou a viagem com o filho.
“Não deu para viajar por conta da pandemia. Uma semana antes suspenderam tudo. Em agosto voltei lá e falaram que estava funcionado, mas de forma reduzida”, concluiu.