Após 35 dias de greve, os servidores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, os Correios, suspenderam a greve e parte dos trabalhadores já retornou ao trabalho nesta terça-feira (22).
O retorno das atividades foi após decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que aprovou na segunda (21) um reajuste de 2,6%. Entretanto, a categoria teve a perda de 50 das 79 cláusulas do acordo coletivo de trabalho, o que corresponde a 40% a menos no salário anual.
A paralisação foi deflagrada depois que os trabalhadores foram surpreendidos com a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021 e também contra a privatização da empresa. A presidente do Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintec-AC), Suzy Cristiny, afirma que não houve a manutenção do acordo coletivo firmado em 2019.
“Infelizmente, por quatro a três, permaneceu a vontade da retirada dos direitos dos trabalhadores. E foi um retirada muito cruel, diante de uma pandemia onde os Correios lucraram três vezes mais e tivemos um corte nestas garantias, impactam a redução até de 40% na renda anual dos trabalhadores. Então, isso representa um alerta para toda classe trabalhadora, independente de ser de Correios, porque isso demonstra o cenário que temos de precarização trabalhista”, disse.
A presidente do sindicato disse que são pelo menos 79 garantias trabalhistas que envolvem desde os 30% para os carteiros, ticket alimentação, plano de saúde entre outros.
“De 79 cláusulas, somente 29 se mantiveram e dessas 29, somente três têm cunho financeiro que foi o reajuste de 2,6%, e o ticket alimentação e o plano de saúde e mesmo assim reduzido”, pontuou.
Suzy ainda acrescentou que a greve está suspensa e que os servidores vão trabalhar de sobreaviso, em estado de greve. Dependendo da situação, eles podem retomar o movimento grevista.
Em nota, divulgada ainda na segunda, os Correios informaram sobre o julgamento do TST e que os trabalhadores que aderiram ao movimento de greve deveriam retornar aos postos nesta terça sob pena de multa diária de R$ 100 mil às entidades representativas, em caso de descumprimento.
“Sobre os dias parados, foi decidido que metade do período será descontado em folha e a outra metade será compensada, a fim de beneficiar a sociedade, normalizando o mais rápido possível a entrega de cartas e encomendas”, informou o documento.
Além disso, a empresa informou que segue com a realização de mutirões de entrega, inclusive, aos finais de semana e feriados, com o objetivo de reduzir os efeitos da paralisação.
“A empresa agora empreenderá todos os esforços para recompor os índices de eficiência dos produtos e serviços, considerados essenciais, nesse momento em que a população brasileira mais precisa”, concluiu.
Durante a greve, os servidores fizeram vários atos, e chegaram a sepultar a privatização da empresa eles também fizeram uma campanha de coleta de alimentos.