Com o objetivo de arrecadar recursos para a compra de kits de suporte às famílias indígenas e não indígenas durante o período de pandemia do novo coronavírus, o povo Ashaninka, da Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, em de Marechal Thaumaturgo, no interior do Acre, lançou uma campanha de apoio aos povos da floresta. O projeto recebeu o nome de “Ashaninka Pelos Povos da Floresta”.
Organizada pela Associação Apiwtxa e Instituto Yorenka Tasorentsi, a live deve ser apresentada pelas lideranças Ashaninkas nesta quinta-feira (2), a partir das 14 h, horário de Brasília, e às 12 h no horário do Acre, com mediação do ator Marcos Palmeira. As doações vão poder ser feitas por meio do site dos Ashaninkas.
Até esta terça-feira (30), o município que tem uma população de 18,8 mil habitantes já havia registrado 149 casos da Covid-19. Um pessoa morreu vítima da doença.
Através da ação, vão ser distribuídos kits de cesta básica, mas também equipamentos e produtos, como ferramentas de plantio e materiais de pesca para que os moradores da floresta fortaleçam a produção local.
O objetivo é que eles possam manter uma vida sustentável. Além disso, o projeto quer evitar exposição das famílias ao vírus em viagens à cidade de Marechal Thaumaturgo para efetuar possíveis compras.
Benki Piyãko, fundador do instituto Yorenka Tasorentsi e um dos organizadores do projeto, disse que o objetivo da ação é ajudar a região com a prevenção da floresta, cuidado dos povos e da cultura. O intuito é mobilizar o mundo nessa na luta contra a pandemia que está chegando nas comunidades.
“Uma das grandes preocupações que eu tenho como liderança é de ver esses povos indígenas com essa doença matando as nossas bibliotecas últimas que existem, que são as pessoas mais velhas nos nossos territórios. Estamos perdendo esses líderes mais antigos do nosso povo”, lamenta.
Piyãko acredita que o projeto vai criar uma corrente do bem e ajudar os indígenas.
“É a partir das nossas iniciativas que vamos conseguir alcançar nossas metas de defesa deste território. Acreditamos que nós vamos vencer esta batalha, levando a conscientização em primeiro lugar. A doença não vai acabar, e nós temos que trabalhar para que a gente possa cada vez mais nos defender e orientar de que forma podemos nos defender e defender os outros também”, concluiu.
O líder Ashaninka e presidente da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj), Francisco Piyãko, diz que eles têm tentado levar uma vida normal, mas que ao mesmo tempo existe a preocupação em não deixar o vírus chegar, por isso esta ação é importante.
“Essa pandemia já chegou em muitas aldeias, na minha, graças a Deus, ainda não tem nenhum caso, fechamos nosso território para não circular gente, para evitar o contato para que essa doença não chegue a nossa comunidade”, pontuou.
Fonte: G1 Acre.